Pressão-por-Jogos-de-Azar-e-Cassinos-Aumenta-no-Governo-Bolsonaro
Foto: Marcos Corrêa/PR

A pressão para liberação de jogos de azar e dos cassinos em cima do presidente Jair Bolsonaro cresce a medida que se agravam as estimativas para a economia nacional em 2020.

Desde o começo do mandato, lobistas procuram influenciar Bolsonaro a apostar na indústria do jogo como uma maneira de criar novas fontes de arrecadação e vagas de trabalho.

Afinal, a crise financeira acentuada pela pandemia do novo coronavírus deu ainda mais urgência para a legalização do segmento. A medida ainda conta com apoio dos políticos do chamado Centrão e até um dos filhos do presidente.

Os economistas apontam para um encolhimento do PIB na casa dos 4,7%. Anteriormente, o Governo Federal calculava uma variação positiva mínima para esse ano. Caso o cenário se confirme, essa será a maior diminuição do PIB brasileiro desde 1901.

Segundo o ministro Paulo Guedes, a cada semana com isolamento o Brasil deixa de produzir R$ 20 bilhões em riquezas. E as despesas da União no combate a pandemia devem resultar em um déficit de R$ 600 bilhões.

Potencial do mercado e o posicionamento de Bolsonaro

Por tudo isso, o lobby para aprovação dos jogos de azar no Brasil se fortalece. A estimativa do segmento é gerar cerca de R$ 20 bilhões em arrecadação, bem como R$ 7 bilhões ao governo devido as concessões e licenças. Ao todo, o mercado tende a criar mais de um milhão de empregos de forma direta e indireta.

Inicialmente, Bolsonaro se mostrou contrário a liberação dos cassinos, mas mudou de ideia ainda no seu primeiro ano de governo. Todavia, o presidente não quer correr o risco de perder o apoio da bancada evangélica, uma vez que os evangélicos representam um terço dos seus apoiadores.

Uma alternativa em uma eventual de falta de acordo com lideranças evangélicas é o governo encaminhar uma mudança em emenda constitucional concedendo aos estados a chance de decidir se aderem e como desejam regular os jogos em seus respectivos territórios.

Vale salientar que o senador Flavio Bolsonaro viajou até Las Vegas, em janeiro deste ano, para se encontrar com Sheldon Adelson, magnata dos cassinos.

Nos Estados Unidos, o mercado de jogos é responsável por 1,7 milhão de empregos em mais de 200 profissões e repassa quase 75 bilhões em remuneração aos profissionais envolvidos anualmente.