Os esportes eletrônicos vivem um processo de crescimento, acelerado ainda mais durante a pandemia. Quando o esporte tradicional parou no mundo todo, as competições de eSports continuaram e alcançaram um público ainda maior. No Brasil, isso não foi diferente.
De acordo com Leo Fontes, presidente da CBGE (Confederação Brasileira de Games e eSports), o país aparece no Top 5 do mercado gamer mundial. Ou seja, a cada quatro brasileiros, três jogam algum jogo eletrônico. Por isso, o segmento competitivo busca meios de garantir recursos para seguir fomentando a sua base.
Projeto de lei
Atualmente, um projeto de lei prevê a inclusão da modalidade entre as beneficiadas dos recursos arrecadados pelas loterias da Caixa Econômica Federal, como já acontece com os comitês Olímpico e Paralímpico. Dessa maneira, a CBGE é apresentada no PL como representante do setor no país.
“A proposta prevê que a CBGE seja incluída no beneficiamento do repasse das loterias do Brasil, não retirando nenhum percentual das entidades que já estão presentes. É muito importante para o esporte eletrônico ter essa segurança de orçamento anual para que a gente possa fazer um planejamento e garantir fomento, principalmente, da base da nossa estrutura”, afirmou Leo Fontes.
Recentemente, uma audiência pública foi realizada no Congresso para debater o projeto. “Foi muito positivo, eu sou um gestor que gosto do diálogo. Ajudou muitos que estavam presentes a entender o que é o esporte eletrônico”, ressaltou.
“Não estamos aqui por uma modalidade, temos uma representatividade geral para garantir esse desenvolvimento e um pouco mais de democratização para esse setor”, afirmou Leo Fontes, confiante na aprovação da matéria nos próximos meses.
Parcerias com outras confederações
Além disso, Leo Fontes antecipou que a CBGE deve anunciar uma série de parcerias com outras confederações esportivas para assumir e/ou gerir departamentos de eSports.
“Essas grandes confederações têm como produto principal o esporte tradicional, não que o esporte eletrônico seja menos importante, mas claro que na questão de peso e esforço, sempre acaba indo para o esporte tradicional”.
“E como a CBGE, está muito dedicada ao eSports, fazer parte desse processo com eles para poder potencializar o segmento, usar as confederações como parceiras, se faz muito necessário”, continuou.
Apostas nos eSports
Questionado sobre a relação das apostas e os esportes eletrônicos, o presidente da Confederação Brasileira de Games e eSports disse que está acompanhando com ‘bons olhos’. “O mundo todo já tem esse cenário ativo, o Brasil absorveu e está regulamentando”.
A entidade também está disposta a dialogar e ajudar no processo de envolvimento das empresas de apostas com o setor. “Que o esporte eletrônico e as bets consigam caminhar juntas para trazer esse potencial para o mundo dos eSports”, frisou.
Olimpíada de Esportes Eletrônicos
Por fim, Leo Fontes falou que se surpreendeu com o anúncio do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre a criação das Olimpíadas de Esportes Eletrônicos. A primeira edição acontecerá em 2025, na Arábia Saudita.
Assim, a expectativa é que a entidade mundial compartilhe detalhes da organização do evento nas próximas semanas. “Devido à nossa representatividade, esperamos ser oficializados como a confederação para o ciclo olímpico. Confesso que eu não estava preparado para a notícia. Para o Brasil, é algo gigantesco”, finalizou.