A Ministra do Esporte, Ana Moser, anunciou recentemente que o seu ministério não vai investir no setor de eSports. Isso gerou uma discussão nas redes sociais, pois o setor movimenta cerca de US$ 196 bilhões, de acordo com dados recentes da Newzoo.
A ministra afirmou que não considera os eSports como uma modalidade esportiva, mas sim como parte da indústria do entretenimento, assim como a música. Ela comparou o treinamento de jogadores de esportes eletrônicos com a preparação de um artista para um show, usando a cantora Ivete Sangalo como exemplo.
Segundo o CEO do site de apostas esportivas Lance 365, Mandarrari, empresário e trader esportivo, a mudança na classificação do setor econômico da atividade de apostas esportivas não afetará o mercado.
“O eSports foi um dos campos de maior movimentação de público e financeira registrada na área digital no ano passado. É necessário e muito importante a consideração pelos gamers, como são chamados os atletas deste mercado. Assim como os jogadores de futebol, vôlei, basquete entre outros esportes, os gamers também necessitam de treinamento, dedicação diária, premiações, entre outras demandas de importância nessa área de atuação”, disse o empresário.
A Lei Geral do Esporte foi reforçada pela ministra em declaração, citando que esporte é “toda forma de atividade predominantemente física que, de modo informal ou organizado, tenha por objetivo atividades recreativas, a promoção da saúde, o alto rendimento esportivo ou o entretenimento”.
“Considero que o setor de apostas terá que fazer uma revisão e novas análises para uma possível alteração. O entretenimento teve muita evolução no segmento de eSports e, talvez, o impacto possa ser ainda maior tendo ligação com a área cultural. Poderá acarretar uma mudança dentro dessa impactante indústria”, finalizou o CEO do Lance 365.
O projeto para a nova Lei Geral do Esporte (PL 1.153/2019), feita pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), foi aprovado em junho de 2022 pelo Senado, com relatoria da senadora Leila Barros (PDT-DF), e em julho pela Câmara. No entanto, o texto passou por alterações e precisará ser novamente analisado pelos senadores.
Com as definições atuais, o eSport não estaria incluído na lei, o que significa que os atletas de eSports não teriam acesso a programas como o Bolsa Atleta, Lei de Incentivo ao Esporte e recursos públicos da área esportiva de forma geral.