A troca de informações, experiências e conhecimento sobre a indústria de jogos de apostas no BiS SiGMAS Americas prosseguiu na tarde desta quinta-feira, 15. O público está tendo a oportunidade de acompanhar debates e palestras em dois auditórios simultaneamente.
A intenção da equipe organizadora do evento é oferecer um espaço para B2B e outro auditório para B2C, com foco em marketing, afiliação, influencers e celebridades.
Como aconteceu com as apresentações realizadas no turno matutino, o portal iGaming Brazil acompanhou os painéis do período vespertino. Confira os assuntos discutidos a seguir:
Painel: Loteria no Brasil: atualidade e novas tendência
O primeiro seminário da tarde desta incluiu Marcelo M. Corrêa (Axis Veritas), Francisco Rolim (Loteria da PB), Jhonatas Mendes Silva (OAB Maranhão), Thomas Jefferson Gonçalves Teixeira (Sec de Estado de Parcerias e Investimentos) e Rodrigo Schekiera (Loterias Caixa).
Marcelo M. Corrêa iniciou a conversa agradecendo a presença e falando acerca das loterias brasileiras, uma verdadeira tradição entre a população.
Rodrigo Schekiera pontuou os desafios para o serviço lotérico nos próximos anos, fazendo referência às loterias estaduais e as questões de jogo seguro. Para ele, o segmento atravessa um período de crescimento – além de um processo de inovação e modernização do mercado como um todo.
Sobre as loterias estaduais, Jhonatas Mendes Silva acrescentou: “O que veremos é o florescimento de um indústria totalmente nova”, falando ainda sobre a situação da loteria estadual do Maranhão.
Francisco Rolim seguiu abordando os jogos lotéricos estaduais. “A loteria da Paraíba está no mercado desde 1995. A loteria do estado tem avançado no sentido de se modernizar. Procuramos trabalhar com as melhores práticas que existem no Brasil”.
Thomas Jefferson Gonçalves Teixeira trouxe informações sobre o processo de lançamento da loteria do Tocantins. “Esse é um projeto cujo o governo aposta muito. O nosso modelo é um pouco diferente da Paraíba e do Maranhão, um modelo de lote único. O operador terá o direito de explorar todo estado, seguindo alguns pontos específicos”.
Conforme Teixeira, essa loteria poderia gerar um faturamento de R$ 7 bilhões em 20 anos de concessão.
Apostas esportivas
Em voga atualmente, às apostas esportivas também foram citadas pelos painelistas. Para Jhonatas Mendes Silva, a aposta de quota fixa já é um grande sucesso. “Os estados têm papel fundamental nisso. Acredito que essa regulamentação deve ser construída com a participação de todos os atores”.
“Dessa forma podemos chegar em um nível de maturidade adequado. A regulamentação federal vai nos ajudar, no âmbito dos estados, a combater esse mercado cinza”, complementou.
Já Corrêa ponderou que as culturas locais precisam ser consideradas. “Quando se fala da regulação, em nível federal, pode servir como um paradigma para cada estado, onda cada um deve se atentar as culturas locais”.
Palestra: Ikigai com Eman Pulis (SiGMA) e Vinicius Moraes de Carvalho (Ikigai Ventures)
O CEO Eman Pulis fez uma breve explanação sobre a expansão do Grupo SiGMA e do segmento de iGaming global. Por conta desse crescimento, Ikigai Ventures foi criada. “Nos aproximamos de empresas com grande potencial e investimos nelas a longo prazo para vê-las deslanchar”, explicou.
Já Vinicius Moraes de Carvalho detalhou como é o funcionamento da Ikigai Ventures. “Nossas startups são beneficiadas imediatamente com o poder de marca e o suporte que oferecemos”, disse sobre o grande potencial da SiGMA.
Pulis ainda salientou que a Ikigai Ventures pode auxiliar nos processos de evolução de empresas em ascensão. “Ajudamos não somente com poder financeiro, mas sim com uma exposição grande”.
Por fim, Carvalho ressaltou os números que a empresa foi capaz de obter no último ano e como o grupo tem o potencial de alavancar marcas.
SiGMA Pitch
O SiGMA Pitch representou uma oportunidade para que empreendedores pudessem detalhar ideias e soluções fornecidas por suas respectivas companhias.
Inicialmente, mais de 100 start-ups foram selecionadas para apresentar seus produtos e iniciativas, mas apenas dez chegaram a essa rodada final. Cada empresa finalista teve 3 minutos para expor o seu negócio para os seus jurados.
O especialista em iGaming na América Latina, co-Fundador da Super Afiliados e CEO da Jericho Eventos, Alessandro Valente foi dos integrantes da mesa julgadora. A vencedora desta edição foi a empresa Movement.
Palestra: a experiência norte-americana com os jogos online
Stephen Crystral (SCCG Management) abriu sua palestra com um panorama sobre o mercado dos Estados Unidos e o potencial das apostas no Brasil. “O Brasil é o maior destaque da América do Sul”.
Conforme Crystral, o Brasil é líder em inovação. “Um fato que chama atenção no país é que um grande quantidade de inovações vem do Brasil. A evolução do Brasil é extremamente animadora”.
Além disso, ele fez um balanço da experiência norte-americana com os jogos de apostas, bem como seu crescimento expressivo nos últimos 3 anos. O CEO da SCCG ressaltou as diferenças entre as indústrias do Canadá, Brasil e Estados Unidos.
“Brasil é líder no mercado LATAM. Mas, temos que pensar no Brasil e também de forma global. Aqui é o futuro”, finalizou.
Painel: Estratégias orientadas por dados para engajamento e gerenciamento de riscos do iGaming
Edward Dickerson (Greco), Andrew Foster (Enteractive), Jean-Luc Ferriere (Fast Track), Olga Resiga (Softswiss) e Ozric Volvervelden (Greco) falaram sobre conceitos estratégicos para segmento de iGaming.
Para Edward Dickerson, os dados podem fazer a diferença quando falamos de gerenciamento de risco no setor de apostas. Já Andrew Foster aproveitou para apresentar a Enteractive, mas concordando que os dados são fundamentais para qualquer organização nos dias de hoje. “É necessário ter atenção ao feedback que esses dados nos concedem e trabalhar em cima deles”.
Jean-Luc Ferriere explicou os processos da Fast-Track e a importância dos dados para rastreamento de informações e caminhos. “Eu estou nesse setor há anos e uma das coisas mais intrigantes nessa indústria é o número de jogadores e a quantidade de dados. A experiência do usuário é essencial e os dados são de grande ajuda nesse sentido”.
Conforme Olga Resiga, a SOFTSWISS é referência quando se trata de dados e na utilização de dados de qualidades para aperfeiçoar a experiência do usuário. “É necessário aprender a como analisar os dados, e quando você aprende a fazer isso, a diferença é muito grande”, citou.
Ozric Volvervelden, por sua vez, afirmou que é essencial uma estratégia de dados sólida para entender de onde vêm e para onde vão as informações. Até mesmo para evitar riscos ou problemas relacionados a isso. “Volatilidade e precisão são importantes para esse mercado. Ainda há muito a ser feito e os dados estão aí para nos ajudar”, concluiu.
Painel: Análise jurídica do ambiente regulatório brasileiro
O último debate desta quinta-feira contou com Edson Kikuchi (2S Consultoria), Fabiano Jantalia (Jantalia Advogados e Especialista em Jogos), Luiz Felipe Maia (Maia Yoshiyasu Advogados), Udo Seckelmann (Bichara e Motta Advogados), Roberto Brasil Fernandes (Brasil Fernandes Advogados) e Rodrigo Alves (Associação Brasileira de Apostas Esportivas).
Edson Kikuchi deu o pontapé inicial no painel citando que “todos aqui estamos trabalhando para elaborar a melhor regulamentação possível no Brasil. A partir do momento em que todos olharem para um objetivo em comum, isso vai andar”.
Segundo Fabiano Jantalia, é fundamental compreender o ambiente regulatório quando se fala no setor de apostas. Além disso, ele traçou um panorama sobre como o setor brasileiro funciona atualmente e como existe um preconceito acerca desse setor.
“Existe um preconceito acerca do setor já pelo nome ‘jogo de azar’. Quem joga buscando azar? Nós precisamos tentar trazer luzes para que a indústria possa vir. Temos que estabelecer regras que saiam desse senso comum [em relação ao preconceito]. Nós precisamos abrir um espaço significativo para o debate da indústria”, declarou.
Felipe Maia também reforçou a relevância de conhecer a indústria para que as regras sejam justas. “A ideia de entender a indústria para conhecer suas peculiaridades é muito importante. A gente tem que ter interlocução com o regulador. Temos que explicar como essa indústria funciona”.
Além disso, Maia falou sobre a importância da comunicação entre as empresas do setor e o regulador/governo para apresentar como o setor opera e amenizar as cargas tributárias. “Se a indústria não trabalhar junto para se aproximar do reguladoras para mostrar como funciona o negócio, isso não vai parar em pé”.
Para Udo Seckelmann, o Brasil segue com uma inércia muito grande para com a regulamentação, dando a entender que a preocupação é arrecadar e não regulamentar. “A vantagem do Brasil ser um dos últimos a regulamentar o setor é conseguir observar o outro países e analisar o que deu certo e o que deu errado”, avaliou.
Roberto Brasil Fernandes fez questão de elogiar os responsável pela organização do BiS SiGMA Americas, mas também abordou o desafio em regular apostas e loterias. “A regulamentação é o que vai fazer desse negócio uma fonte de benefícios”.
“Temos uma novidade no Brasil, a segurança jurídica. O mercado agora vai ser canalizado para um ambiente regulado. STF entendeu que aos estados compete a exploração de sua loteria própria, a exploração de sua loteria própria”, acrescentou.
Por fim, Rodrigo Alves contou como ocorreu a criação da Associação Brasileira de Apostas Esportivas (Abaesp) e analisou o cenário brasileiro atual de jogos. “Aposta esportiva não é loteria, cassino não é loteria. Não adianta querer onerar excessivamente o operador”.
Alves ainda trouxe uma visão mais ligada ao consumidor, mostrando a importância de incentivar um mercado justo e transparente. “[Com um imposto excessivo] o produto que operador vai oferecer será ruim, com uma odds mais baixa”, encerrou.