A quarta-feira marcou o encerramento do EGR Power Latam Summit 2023, em Buenos Aires, Argentina. Evento exclusivo para executivos do setor de iGaming da América Latina, a conferência apresentou as tendências e inovações da indústria de jogos de apostas, destacou fusões e aquisições, bem como as modificações em regulamentações da região.
O último painel do evento se aprofundou nos principais mercados sul-americanos: Brasil, Colômbia, Argentina e Peru. Os palestrantes apresentaram atualizações e insights importantes, além de esclarecer dúvidas da plateia.
Os especialistas convidados foram Juan Camilo Carrasco (Asensi Abogados), Tomás Enrique García Botta (MF Estúdio Abogados), Nicolas Samohod Rivarola (Estúdio Vidal Cáceres Abogados) e Neil Montgomery (Montgomery & Associados).
Com o título “Boas-vindas à masterclass legal – destaque para Colômbia, Peru, Argentina e planejamento futuro para o Brasil”, o seminário teve o intuito de fornecer orientação aos participantes que pretendem operar de forma segura e legal nesses países que apresentam indústrias de jogos em franco desenvolvimento.
Nicolas Samohod Rivarola destacou que o Peru avançou ao aprovar uma lei específica para o setor de apostas no ano passado. “Efetivamente a tão esperada lei de apostas no Peru foi publicada em agosto de 2022. Não há nada igual a um mercado regulado. É muito fácil investir no Peru porque a nossa lei facilita e garante a não discriminação dos mercados estrangeiros”.
Já Juan Camilo Carrasco ressaltou o tamanho da indústria colombiana. “De acordo com as cifras de cada mercado, podemos dimensionar o tamanho de cada um. A Colômbia é um dos maiores mercados hoje”.
Tomás Enrique García Botta, por sua vez, citou as peculiaridades do mercado argentino. “Independentemente das licenças, a Argentina tem particularidades diferentes quanto as certificações de padrões. Isso gera uma série de arestas que depois podem gerar problemas”.
Além disso, Botta reforçou a necessidade de analisar cuidadosamente cada mercado em que se pretende atuar visando escolher a estratégia apropriada a sua operação. “Para o B2B nem sempre é necessário ter um sócio local. Não necessariamente. Temos que ser flexíveis e ir analisando o mercado”.
Neil Montgomery comentou sobre o modelo de investimento no Brasil com a regulamentação ainda pendente. “Neste momento, o Brasil tem um verdadeiro paraíso para o operador porque não está pagando nenhum imposto. Por isso temos pressa em definir a regulação”.
“As sociedades financeiras estão dormindo, esperando a legalização. A partir do momento que as licenças sejam dadas, vai ser difícil para quem não tiver, continuar operando. Mas, me preocupa o mercado ilegal que será gerado, porque não teremos como fiscalizar as publicidades, por exemplo. O CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) não dará conta”, complementou.
Tomás Enrique García Botta também falou sobre a questão de boas práticas no setor de publicidade. “Outro tema curioso é o tema do marketing responsável. Não podemos fazer propaganda de pessoas que estão ficando milionárias com o jogo”.
Rivarola contribuiu com a questão ao mencionar as regras vigentes no Peru. “No Peru está tudo muito bem regulado. Não podemos ter publicidade com menores de idade e só são permitidas as páginas oficiais com domínio ‘.PE’!”