Afiliados Latam começa apontando diferenças entre afiliação e iGaming e benefícios da aprovação do Marco Legal dos Jogos no Brasil

A primeira edição do evento Afiliados Latam – São Paulo está ocorrendo nesta quinta-feira, 30, no mesmo ambiente que recebeu os dois dias de intensa programação do BiS 2022 (Brazilian iGaming Summit). O Espaço JK, que fica localizado numa das mais prestigiadas esquinas de São Paulo, no cruzamento da Av. Juscelino Kubitscheck e Av. Faria Lima, sediou ambos os eventos.

Além de um local seleto, essa primeira edição conta também com conteúdo de alta qualidade e palestrantes renomados no setor de iGaming. O Afiliados Latam está abordando tendências de apostas esportivas, jogos de cassino, bingo, poker e outras modalidades, bem como o marketing digital em geral e marketing de afiliados.

A equipe da iGaming Brazll está realizando uma vasta cobertura trazendo entrevistas exclusivas, as melhores imagens e informações relevantes dos painéis e palestras.

Confira os principais pontos dos primeiros debates do Afiliados Latam

Palestra de abertura: A Afiliação em iGaming na América Latina

O evento começou com Alessandro Valente (Sócio Fundador Super Afiliados), saudando a todos os participantes da primeira edição do Afiliados Latam. “Esse é o primeiro evento que estamos realizando no Brasil de Afiliação com foco em iGaming exclusivamente”.

Além disso, Valente agradeceu a disponibilidade de nomes importantes da política nacional em participar do encontro, como o deputado Newton Cardoso. O idealizador da convenção também mencionou os veículos de mídia tradicionais e mídias especializadas no setor, como o portal iGaming Brazil, pela cobertura realizada no BiS 2022 e agora no Afiliados Latam.

Alessandro Valente

Valente convidou ao palco o ídolo do futebol mundial, Arthur Antunes Coimbra, o ‘Zico’, e pediu que o ex-jogador compartilhasse como utiliza a sua imagem e influência para ajudar a sociedade.

Zico relatou a sua participação em jogos beneficentes e o processo de criação dos “Jogos das Estrelas” que ocorre anualmente e direciona “toda arrecadação para as entidades do Rio de Janeiro”, complementando: “pessoalmente, eu procuro sempre estar colaborando com campanhas como Outubro Rosa, Novembro Azul”.

O craque também citou outras iniciativas: “Temos as escolas sócias, onde fazemos parcerias com governos e empresas para que possamos arrecadar e realizar os pagamentos de professores, infraestrutura; onde os alunos não pagam nada e podem jogar futebol, estudar, etc”.

Zico também relatou que quando foi Secretário do Esporte criou o primeiro departamento para pessoa portadora de deficiência. “Sinto muito orgulho de ter dado o suporte para que atleta com deficiência pudessem viajar, competir”

Zico e Alessandro Valente

A pedido de Valente, o ex-jogador de futebol também abordou o que aprendeu durante a sua passagem pelo Japão na relação entre esporte e sociedade. “O esporte ajuda a sociedade e o estudo vem em primeiro lugar”, explanando que o país possui um modelo bem estabelecido equilibrando a dedicação aos estudos e ao esporte. “O estudo é altamente importante lá, mas aqui no Brasil a maioria dos meninos com 16 já estão profissionalizados com algum contrato”, apontou.

Questionado sobre as perspectivas para a próxima Copa do Mundo, Zico se mostrou confiante no trabalho que está sendo realizado pela comissão técnica da seleção brasileira do treinador Tite. “Eu estou vendo um time mais aguerrido, mais comprometido. Apesar do que falam sobre o nível da competição sul-americana, o Brasil e Argentina são favoritos na Copa do Qatar”. A Copa do Mundo acontecerá nos meses de novembro e dezembro pela primeira vez.

Jogos e Apostas

Alessandro Valente enfatizou que a indústria de apostas está se consolidando no país e dando suporte ao esporte nacional, mas também pode fazer a diferença para ações sociais.

“Hoje nós temos uma indústria nova, que acaba alimentando os clubes, que é a indústria de apostas. Essa é mais uma fonte importante de receita que pode contribuir para que esse movimento [beneficente] siga mais forte”, projetando: “com esse mercado, possivelmente regulamentado, vamos ver uma nova era de ouro, como vimos na década de 40″.

Para Zico, os jogos legalizados podem trazer resultados positivos para a sociedade. “Sempre fui a favor do jogo aqui no Brasil. Eu escondi muito bicheiro na minha casa, em Quintino”. O ídolo do futebol nacional também contou algumas histórias curiosas sobre idas aos cassinos após jogos no exterior e defendeu a regulamentação do setor: “vamos procurar fazer as coisas que sejam benéficas para nossa sociedade”.

Painel – Diferenças entre Afiliação e iGaming e demais setores

A primeira palestra teve a moderação de Pedro Lucas (Head of Affiliates Super Afiliados) e envolveu Abelardo Dantas (Afiliado de Chapeubets), Flávio Raimundo (diretor comercial de AFiliados Brasil) e Rodrigo ‘Loco’ Alves (Head od Content da Eightroom). “Vamos falar sobre como o mercado de afiliado em gambling se diferencia do mercado de afiliados em geral”, iniciou o moderador.

Pedro Lucas

Abelardo Dantas narrou o seu início na área de afiliados. “Desde sempre fui pesquisando muito sobre esse mundo de Afiliação e Marketing Digital. Hoje eu trabalho particularmente com o mercado de apostas e cassinos”.

Dantas também deu algumas orientações para aqueles que estão propensos a ingressar neste mercado. “A primeira é exigir post-back, que é uma forma do cassino se comunicar com seu sistema. Segundo, o cassino, ou casa de aposta, tem que estar preparados para receber tráfego brasileiro, tem que ter atendimento em português brasileiro, estar traduzido em português e precisa ter um depósito mínimo acessível”, completando: “Além de um bom fluxo, um formulário de cadastro simples. E claro, um bom acordo para trabalhar”.

Abelardo Dantas

Flávio Raimundo também relembrou a sua entrada no meio, promovendo produtos da Amazon nos Estados Unidos. Todavia, ele ressaltou que atualmente o mercado iGaming está rendendo excelentes números para os afiliados. “O volume gerado por jogos e apostas esportivas é muito maior que do que o do mercado tradicional”, frisando o potencial do Brasil: “brasileiro adora apostar, temos 220 milhões de brasileiros que gostam disso”.

Flavio Raimundo

Além disso, o diretor do Afiliados Brasil disse que é possível usar métodos alternativos para promover o mercado gambling. “No media buying, é possível fazer ‘inventários’ em sites para anunciar e dá para comprar tráfego para o mercado de gambling”, completando: “você pode também criar projetos, sites de conteúdos, portais específicos” para gerar esse tráfego ou rentabilidade.

Enquanto Rodrigo ‘Loco’ Alves fez questão de esclarecer que o seu apelido ‘Loco’ é a abreviatura de ‘Locomotiva’, em referência ao seu time do coração Ponte Preta. Mergulhando na temática do debate, ele resgatou o cenário de 2007, 2008,

Rodrigo ‘Loco’ Alves

“As apostas esportivas efetivamente nasceram no Brasil em 2007, com a Sportingbet. Em 2008, eu comecei a procurar conteúdos sobre apostas esportivas e não encontrava. Por conta disso, fundei o maior fórum de apostas esportivas da época” e hoje, a situação é totalmente diferente e “as apostas e cassinos são vistos como uma via de oportunidade no Brasil”.

‘Loco’ também ponderou que existe o ‘ganha, ganha, ganha’ na afiliação do iGaming: “É possível que o operador ganhe, que o afiliado ganhe e que o jogador ganhe”. Sobre a afiliação, ele comentou: “você consegue, efetivamente, trazer algum benefício real com a Afiliação. Se existe algo que realmente difere a afiliação no gambling, da Afiliação tradicional é a responsabilidade”.

Palestra – Aspectos positivos da aprovação dos jogos no Brasil

O deputado federal Newton Cardoso começou apresentando a sua história a sua ligação com a atividade de jogos. Ele participou da comissão especial que avaliou o texto do projeto de lei 442, que trata da regulamentação. “Fiz a inclusão de uma emenda no texto do PL, que quebrava um pouco a ideia de atender somente a integração de cassinos a resorts”.

Cardoso lembrou o processo até o momento atual: “Em 2017, quando aprovamos o texto final do PL 442, veio o impeachment, votação e outras questões que acarretaram no atraso da pauta. Eu, em 2019, escolhi como um dos 3 temas principais do ano: a legalização do jogos de apostas. Criamos um grupo de trabalho, coordenado pelo deputado Bacelar, junto com Herculano Passos, Felipe Carreras”.

Deputado federal Newton Cardoso

Em 2021, o grupo de trabalho teve a oportunidade de levar a pauta para todos os órgãos e stakeholders importantes do cenário brasileiro. “Levamos para todos aqueles tinham interesse, que pudessem cooperar e sugerir para o texto. Pouco tempo depois, conseguimos colocar o texto para votação em Congresso. E com isso, trazer depois de mais de 70 anos de proibição, a possibilidade da legalização”

O político foi enfático ao defender que os jogos sejam regulamentados o quanto antes no Brasil. “Eu entendo que precisa precisa sair da ilegalidade. Estamos perdendo o bonde da história, com a não legalização, com o atrasado da regulação das apostas e com uma visão retrógrada de boa parte do governo”.

E continuou defendendo a proposta: “pra que vamos continuar com visão meio que turva com uma modalidade que tem tanto potencial no Brasil? Precisamos fazer com que venham mais pessoas do exterior, proporcionar mais opções de entretenimento”.

De acordo com Cardoso, a arrecadação pode chegar a 30 bilhões de reais e pode ser revertida para educação, saúde e outras boas causas. “Estou garantindo uma contribuição nova, através da CIDJOGOS, que vai direto para o estado”, revelou.

Em relação a apreciação da pauta no Senado, o deputado afirmou que já recebeu a confirmação do presidente Rodrigo Pacheco que o Senado vai votar o tema. “Não vai ficar na gaveta. Eu tenho certeza, por parte do Senado, que a aprovação vai acontecer. E, nós não temos dúvidas de que o Marco Regulatório vai trazer grandes benefícios para a sociedade brasileira”.

O deputado federal ainda foi questionado por Alessandro Valente sobre a necessidade de debater a regulamentação do marketing de afiliados. “Se hoje nós temos condições de fazer com que a tecnologia melhore a vida humana, vamos usar ela. Não dá fugir muito dessa realidade. Então essa regulamentação tem que acontecer”.

Cardoso, por fim, salientou que há assuntos que não podem mais ser desconsiderados devido a evolução tecnológica. “Estamos em uma fase da discussão de importantes temas da tecnologia, mas que nossa questão tributária não consegue acompanhar, então está na hora disso”, finalizou.

Palestra – Por que devo investir meu tempo na afiliação no setor de Jogos

Thomas Carvalhaes (diretor regional de VDR) foi o responsável por esse momento do Afiliados Latam e destacou o crescimento de jogos no país. “É legal ver o nível que o setor de jogos e apostas está tomando no Brasil e o interesse que está gerando na indústria internacional. E, ao longos anos auxiliei no lançamento de diversas casas de apostas no Brasil e na América Latina”.

Carvalhaes também enalteceu a forte probabilidade do país ter uma regulamentação formalizada nos próximos meses. “Finalmente parece que estamos chegando no ápice de termos a nossa regulamentação completa das apostas esportivas”.

Thomas Carvalhaes

Por isso, ele acredita que o setor de jogos tende a se tornar extremamente interessante para os profissionais do marketing de afiliação. “O setor de apostas no Brasil já movimenta, de acordo com estudos, 2 bilhões por ano”, citando algumas oportunidades, como receber em outras moedas, jurisdições e agilidade nas operações. Entre os negócios mais comuns entre operadores e afiliados, o executivo mencionou CPA, Revenue Share e até modelos híbridos envolvendo os dois tipos de acordo.

Todavia, Carvalhaes recomentou que os profissionais sejam cautelosos aos detalhes de cada jurisdição e a reputação das empresas antes de fechar um acordo de afiliação. “É importante fazerem um trabalho de pesquisa antes de fechar qualquer acordo de afiliação com casas de apostas”.

Painel – Aprenda Surfar na Grande Onda dos eSports e Fantasy Games

Uma temática tão em alta no mundo inteiro não poderia ficar fora do Afiliados Latam e Léo de Biase (Co-fundador do BBL) teve a missão de moderar o debate com Luis Guilherme (diretor regional da Rivalry), Newton Fleury Junior (criador do Cartola FC), Pedro Schmidt (CEO de Stars Horizon) e Rodolfo Salgado (diretor comercial de BES Agency).

Léo de Biase

Léo de Biase salientou que a indústria dos esportes eletrônicos está vivendo uma fase de crescimento excepcional e atraindo muita atenção do mundo das apostas e dos jogos de fantasia. “Após esse crescimento, chegou o mercado de apostas que já movimenta um grande valor no mercado”.  

Pedro Schimdt

Conforme Pedro Schimdt, o cenário pós-pandemia resultou em uma grande mudança para os eSports. “Vimos que nesses últimos anos, o esporte eletrônico esteve presente, os gamers já são mais de 60% no Brasil. Grandes empresários começaram a entender que esse cenário já está crescendo”.

Para Luis Guilherme, a forma de explorar esse mercado de eSports para as apostas é diferente. “O eSports tem uma ligação muito forte com streamers e dessa forma conseguimos alavancar mais a influência dos esportes eletrônicos com eSports”.

Newton Fleury Junior destacou que que a convergência entre a indústria de games, eSports, apostas e blockchain trará “três grandes mudanças no cenário, sendo elas: uma mudança no fator de UX, uma mudança no fator de comunidades. Já que os mundos de apostas e eSports é um mundo muito social. E a terceira mudança é o fator do Play to Earn, fator que revoluciona através de blockchains e NFTs”.

Newton Fleury Junior

Conforme De Biase, faz sentido relacionar eSports e apostas. “A maior fatia dos jogadores está entre 18 a 35 anos, então a maior parte dos jogadores tem sua estabilidade financeira, já está introduzido no mundo das apostas”.

Já o diretor regional da Rivalry frisou que é indispensável compreender o que esse público deseja e proporcionar essa entregar. “Trabalhar diretamente com influenciador é algo que o público geralmente espera de uma casa de apostas em eSports”. Ele lembrou ainda que o mercado de afiliação é algo novo nos eSports e, portanto, será preciso ensinar esses conceitos aos afiliados.

Luís Guilherme

Rodolfo Salgado também frisou que as casas de apostas devem se relacionar cada vez com as comunidades, promovendo torneios e eventos para atrair o seu público, sobretudo, os mais jovens. “Muitos jovens, acima de 18 anos, já apostam em eSports por acompanharem seus times ou jogadores favoritos”.

Rodolfo Salgado

Schmidt concordou com esse ponto, reportando que esse público está crescendo e pode se ajudar esse setor a se transformar em algo “tão grande quanto o futebol. “O que falta pro mercado de apostas e iGaming se conectar, é o tempo, o amadurecimento do mercado”, concluiu.