BiS 2022 se encerra com análises do período pós-regulamentação de apostas, jogo responsável e provedores

O Brazilian iGaming Summit (BiS 2022) – The iGaming Intelligence Made in Brazil chegou ao fim na noite desta quarta-feira, 29. A segunda edição do maior evento de apostas do Brasil fechou mais um ciclo de conteúdos, networking e informações de vital importância para toda a industria iGaming mundial.

Desde terça-feira, 28, a programação do BiS 2022 aconteceu no Espaço Boulevard JK, em São Paulo. Com uma estrutura pensada para o sucesso e a experiência do público, o evento proporcionou um intenso networking entre operadores, reguladores, políticos, autoridades, embaixadores e empresários do setor.

Principais destaques dos últimos painéis do BiS 2022

PALESTRA BOAS PRÁTICAS – Boas práticas o setor de jogos

A palestra foi apresentada por Laura Porto (Gerente de Marketing na Vbet) que levantou questões importantes acerca das boas práticas no setor de jogos e apostas. A executiva narrou o processo de expansão da empresa na América Latina.

“Temos um produto Full da Betconstruct e integração de conteúdo com a Pinnacle. Essa é uma grande vantagem para nós, pois temos duas opções em uma plataforma só. E, temos franquias para offline, com toda operação sendo apoiada pela VBET”.

Laura também revelou que o grupo está focado no Brasil e planeja crescer ainda mais no país. “Nossa marca atende várias culturas e temos escritórios físicos em todo o mundo. Com a questão da regulamentação, gostaríamos muito de crescer no Brasil. Esse é um mercado muito importante para a VBET”.

Além disso, a gerente de marketing listou as boas práticas adotadas pela marca no cenário nacional: localizar e adaptar bem o produto e linguagem para a cultura e para o mercado-alvo.

PAINEL – Casos de sucesso internacionais de Cassinos em Resorts e o jogo como entretenimento

O painel contou com Paulo Saad (Presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação) e Roberto Regianini (Chief Commercial Officer na FBM). Para Saad, o segmento deve ter o seu momento no país. “O mercado está aí, estamos vendo o quanto ele movimenta em emprego, impostos. Muitas empresas internacionais ficam com receio de entrarem no mercado nacional, já que estamos num momento ‘cinzento'”.

Ele lembrou das oito décadas de proibição aos cassinos no Brasil. “Cassinos no Brasil, 80 anos de proibição, e a Câmara no ano passado em arroubo de coragem, conseguiu aprovar a PL para liberação dos jogos no Brasil”, completando: “os funcionários do Ministério da Economia se esforçam para fazer uma regulamentação segurativa para os jogos”.

Paulo Saad

O presidente do Grupo Bandeirantes ressaltou que os jogos já acontecem no Brasil e diversos estudos comprovam que onde os jogos foram legalizados houve um aumento e apelo exponencial pelos jogos de apostas dentro da lei.

Já Roberto Regianini abordou que “o primeiro ponto é saber se esse Marco Regulatório vai trazer a estabilidade jurídica para que a empresa invista no setor. Quando não discutimos algum assunto, criamos um preconceito e passamos muito tempo sem discutir isso no Brasil”.

Paulo Saad e Roberto Regianini

Segundo Regianini, a perspectiva é que a indústria possa empregar até 500 mil pessoas diretamente. “Cabe entender e colocar o Brasil na vanguarda. Trazer o Brasil para a indústria de jogo de uma maneira saudável e segura”, salientando que o regulador possui um papel importantíssimo de prover um ambiente saudável para o mercado de jogos.

PAINEL – Provedores e Operadores de Jogos: soluções, expectativas e boas práticas

Pedro Lucas (Head of Affiliates na Super Afiliados) foi o moderador da conversa, que incluiu Jesus Rafael Campos (CEO na BetConnnections), Isaac Mizrahi (Country Manager Brazil na Soft2Bet) e Ramiro Atucha (CEO na Vibra Gaming).

Os provedores e operadores de jogos precisam andar juntos nesse momento de ascensão das apostas ao redor do mundo, e esse painel propôs algumas soluções e boas práticas para o sucesso de empresas do setor iGaming. “Nós últimos anos tivemos um grande crescimento de cassino online e outros formas de jogos de onde o mercado brasileiro está se baseando”, argumentou Pedro Lucas.

Pedro Lucas

Isaac Mizrahi citou o que a Soft2bet tem a oferecer para a regionalização dos jogos no Brasil. “A primeira dificuldade e curiosidade que encontrei no início foram sites que apenas traduziram a plataforma, invés de localizar todo o conteúdo. O Brasil é um lugar gigante de âmbito continental e cada região deve receber uma plataforma respeitando sua cultura e peculiaridade”.

O representante da Soft2bet afirmou que o brasileiro adora gamificações. “O brasileiro gosta muito de gamificações, não é simplesmente trazer promoções. Para isso, começamos a desenvolver gamificacoes para atender o mercado de apostas brasileiro”.

Além disso, Mizrahi atentou que o jogo responsável deve ser estimulado. “Nós como provedores de soluções, temos que ter responsabilidade com nosso usuários. Com a nova geração olhando para esse mercado, temos que trazer esse tópico (responsabilidade)”.

Ramiro Atucha ponderou que é essencial considerar as diferenças de cada região. “E o mesmo acontece para cada plataforma, que deve ser criada respeitando cada local”.

De acordo com Jesus Rafael Campos, o Brasil é um verdadeiro continente e está prestes a entrar em um cenário regulado. “Na região, todos os países tomaram o caminho da regulamentação, tributação e os benefícios que isso está trazendo são significativos. O mundo está passando por uma crise profunda e os estados estão optando pela regulamentação desta indústria, que deve gerar segurança a todos os envolvidos”.

O CEO na BetConnnections acredita que o Brasil pode se converter em uma referência mundial. “O Brasil apresenta um ambiente sem igual para toda a indústria. Sabemos que é um imenso território e está segmentado por algumas regiões que tem preferências muito bem demarcadas. Nós identificamos que o mercado brasileiros tem três ou quatro tendências territoriais bem demarcadas”.

PALESTRA – A importância do Jogo Responsável no período pós-regulamentação

A palestra foi apresentada por Fabiano Jantalia (Advogado na Jantalia Advogados) e Vinicius Tsuda (Account Manager na Combate à Fraude). Os dois proporcionaram um grande momento de debates acerca do jogo responsável em um período pós-regulamentação.

Fabiano Jantalia

Fabiano Jantalia narrou a sua trajetória e envolvimento com o mercado de jogos. “Tive a oportunidade de trabalhar no PL 442, que agora está no Senado. O meu objetivo aqui não é revisar o que é jogo responsável e suas vertentes, pois nós da indústria já sabemos o que é isso.”

O advogado realizou uma pesquisa que traçou a relação do brasileiro com o jogo. “Para eu entender o que é jogo responsável e como ele se aplica no Brasil, ainda mais em um cenário pós-regulamentação, eu precisava entender o perfil do jogador brasileiro e sua visão de jogo responsável”.

“O brasileiro joga, já pratica o jogo de apostas. A regulamentação vai, no máximo, ampliar as opções de jogos que já temos hoje”, continuou Jantalia.

O levantamento apresentou algumas questões relacionadas as práticas de apostas, jogos praticados, frequência de jogo, perfil do apostas, etc. Além disso, a pesquisa forneceu dados relevantes para compreender porque se deve investir e considerar o jogo responsável como um fator essencial para a integridade das apostas.

Segundo o estudo, a abertura e a regulamentação do mercado tem potencial para aumentar o estímulo e a segurança em jogar (25%). Enquanto o brasileiro é especialmente favorável à legalização das apostas esportivas (49,5%) e do bingo (32,6%).

Na sua participação, Vinícius Tsuda introduziu o serviço de sua empresa: “A Combate a Fraude é uma empresa de tecnologia de combate as infrações. Somos uma marca flexível e temos clientes nos mais diversos setores. A partir deste ano notamos uma busca das empresas de gaming no Combate a Fraude nos processos de cadastro e pagamento”.

Vinicius Tsuda

Conforme Tsuda, as empresas já estão buscando soluções para seguir dentro da lei e que esses procedimentos passam segurança tanto para a empresa quanto para os clientes, que confiam que a empresa tratará da melhor maneira de seus dados. A nossa ideia é gerar o mínimo de atrito com muita segurança e rapidez”.

PAINEL – Dinâmica de Patrocínio das Casas de Apostas no Futebol

O painel teve a moderação de Matheus Antunes (Diretor da Volta pra Marcar), além de Fellipe Drommond (CEO na Magnus Futsal), Jorge Avancini (Vice-Presidente de Marketing no Sport Club Internacional), Rafael Zanette (Head de Patrocínios EstrelaBet) e Mateus Lemos (Head de Patrocínios, Influenciadores e Ativações na PixBet).

O patrocínio de casas de apostas a times de futebol é cada vez mais comum no mundo, inclusive no Brasil, onde grande parte dos times das Séries A e B já conta com esse tipo de parceria. O CEO da equipe Magnus Futsal, Fellipe Drommond disse que os clubes precisam compreender a regulamentação porque “hoje, o mercado Bet está presente em todas as equipe do cenário brasileiro”.

Fellipe Drommond

No âmbito do futebol, Jorge Avancini ressaltou que a parceria com a EstrelaBet foi uma excelente oportunidade para o Internacional entrar neste segmento. Ele também lembrou que os clubes hoje em dia, mais do que agremiações esportivas, já estão sendo considerados “empresas de entretenimento”.

Jorge Avancini

Por isso, Avancini argumentou que não pode ter uma relação ‘fria’ com seu patrocinador. “Não basta colocar o patrocínio, é preciso reservar capital para ativar. Como eu vou fidelizar o torcedor do Inter se a cada ano muda o patrocinador? Eu tenho 7 milhões de torcedores e a relação é muito forte”, acrescentando que o relacionamento com o parceiro também precisa ser incentivado.

Mateus Lemos

Mateus Lemos, por sua vez, avaliou o nível de engajamento que os clubes oferecem aos patrocinadores. “É muito importante entender nesta área de ativações o porquê de tudo isso. Fazer o torcedores e os times engajarem com a marca de apostas relacionadas. A aproximação do torcedor junto a marca para trazer um contexto histórico”, adicionando: “Nós como casas de apostas, dentro da plataforma dos clubes, precisamos mostrar os nossos diferenciais”

Matheus Antunes

O moderador Matheus Antunes ressaltou que uma dúvida que muitos apresentam quando buscam patrocinadores se refere a performance. Neste ponto, Rafael Zanette mencionou o primeiro projeto da EstrelaBet fora do futebol.

“O Magnus Futsal foi o primeiro projeto fora do futebol que entramos, justamente porque entendo a diferença de atitude em ativação. As ideias casaram muito e decidimos fazer diferente”, revelou. Ele ainda destacou que o “grande ponto do patrocínio esportivo é atingir níveis intangíveis. E, sabemos que o resultado é muito forte”.

PALESTRA – Competição, Ética e Modelo Associa

Olavo Sales (Presidente do Conselho na ABRABINCS) trouxe insights importantes sobre a questões de competição, ética e o modelo Associa. “O Brasil é o sexto país em população no mundo. Nós somos um ponto fora da curva, temos uma grande população e não temos os jogos regulamentados”.

Sales aconselhou os players a buscarem parcerias interessantes porque acredita que “o mercado não vai acolher 200, 300 operadores”. Entretanto, ele prevê que o mercado que está surgindo virá “com muito vigor, mas terá que haver uma consolidação do espaço e desse trabalho”.

PALESTRA – A importância do Marketing e Afiliação para o setor de jogos

A última atividade do BiS foi promovida por Ricardo Magri (Diretor Comercial na Eightroom). Primeiramente, Magri fez questão de agradecer a organização da BiS, a Flávio Figueiredo, Alessandro Valente e as suas respectivas equipes de trabalho.

Em relação ao marketing de afiliados voltado ao iGaming, ele frisou que “o mundo de apostas gosta do marketing de afiliação, algo muito importante para a nossa indústria. Afinal, a nossa indústria é uma indústria que busca fazer afiliação com tudo e todo tipo de marketing”.

Para Magri, o marketing de afiliados é uma reunião de todos os aspectos do marketing digital e a “afiliação tem sempre uma conotação de performance”. Por fim, o diretor reforçou que é preciso sempre escutar o afilhado e alinhar uma gestão de risco em conjunto.

Alessandro Valente (presidente da Jericho Eventos, empresa organizadora do BiS 2022) recebeu a missão de finalizar oficialmente a edição 2022. Valente agradeceu a todos os presentes e convidou os idealizadores ao palco para encerrar o iGaming Brazilian Summit.