Regulamentação das Apostas Esportivas, eSports e Loterias foram temas do BgC Digital Experience

Após iniciar com um painel de atualização sobre o processo de regulamentação das apostas no Brasil, o primeiro dia do Brazilian Gaming Congress teve continuidade com mais debates nesta terça-feira, 8.

O BgC Digital Experience trouxe especialistas e integrantes do governo para discutir sobre as novas modalidades de apostas e o que esperar a partir da resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) com a liberação da exploração das loterias estaduais.

Painel: Loterias estaduais: Como será o novo cenário?

Marcello Corrêa (Loterj) foi o moderador do painel “Loterias estaduais: Como será o novo cenário?” O evento deu ênfase para o assunto de loterias e a decisão unânime do dia 30 de setembro do STF que assegurou aos estados a possibilidade de exploração das loterias.

A conversa contou com a presença de Waldir Eustáquio Marques Junior (Subsecretário de Prêmios e Sorteios do Ministério da Economia), Sergio Alvarenga (CEO da Intralot) e Ronan Moreira (Diretor Geral da Loteria Mineira).

Ronan começou explicando o papel social das loterias. “A finalidade da loteria do estado de Minas Gerais é gerar recursos e destiná-los a comoção do bem estar social nos projetos gerenciados pelo governo do Estado”.

Ronan comentou ainda sobre a ajuda dos recursos da loteria na batalha contra a pandemia: “Recursos da loteria já foram aplicados na construção de hospitais, estádios de futebol, programas sociais e importante ressaltar que a loteria destinou 33 milhões de reais no combate à pandemia no Estado de MG. Foi um motivo de orgulho para nós”.

O diretor da loteria mineira ressaltou a importância da concorrência para os estados: “A decisão do Supremo traz um ambiente de concorrência saudável. E deixo a loteria do estado de MG para auxiliar todas as unidades de Federação que precisar”.

Waldir Eustáquio ressaltou a colaboração do Ministério da Economia e destacou a concorrência que essa decisão influenciará nas loterias: “O Governo vem trabalhando com concorrência, era um mercado monopolista e agora estamos abrindo concorrência, o que é bom para o mercado.”

Sergio Alvarenga, CEO da Intralot Brasil começou sua explanação falando sobre o portfólio de sua empresa: “Os jogos que temos em nosso portfólio demandam estudos para definir por estado suas prioridades devido características diferentes no país.”

Modalidades

Continuando no assunto das modalidades, Sergio fez comparações: “Sabemos as modalidades mais importantes no mundo, e no Brasil não é diferente. Temos a Keno em Minas Gerais, tradicional, antiga, atrai o apostador e temos outras possibilidades como Toto, mas também temos que aguardar o acórdão e sabemos o voto do Ministro Gilmar e temos uma ideia de amplitude e abertura de outras modalidades que a união abriu a possibilidade e estamos atentos para explorá-las também”.

O assunto voltou ao Waldir Eustáquio, que comentou sobre os estudos específicos que os levam a tomada de decisões: “Alguns pontos importantes são o ‘valuation’ da operação e seu marco econômico-financeiro, assim como o marco jurídico. Faço um alerta muito grande sobre o marco jurídico, já que é importante para todos os envolvidos analisar o acórdão da decisão do STF”.

Além disso, Waldir explicou sobre a possibilidade das redes lotéricas em vender produtos e isso ainda será analisado afundo num futuro próximo. “Os Estados deverão analisar, a partir da publicação do acórdão, o payout, para vender loteria, há um tripé importante. O payout deve ser atrativo, quanto mais pontos de vendas melhor e a publicidade. Tendo esse tripé bem seguro, o negócio terá mais sucesso”, afirmou Waldir Marques.

Painel: Muito além do futebol: novas modalidades de apostas 

A última rodada de conversa desta terça-feira focou no tema: “Muito Além do Futebol: as novas modalidades de apostas”, englobando também os eSports, Virtual Gaming e outras verticais presenciais e online de iGaming.

A moderação ficou por conta de Angelo Alberoni (Country Manager da Betmotion no Brasil), que teve a companhia de André Akkari (Co-CEO da Furia eSports) e Álvaro Cotta (Diretor de Marketing da Liga Nacional de Basquete – NBB).

André Akkari começou contando a sua história como jogadorr profissional de poker ainda em 2005 até começar a empreender no setor de eSports. “Nos últimos anos, eu me conectei com esse mercado em um projeto com o Ronaldo Fenômeno e depois com a Furia eSports. Atualmente, a Furia possui oito times e operações no Brasil e nos Estados Unidos”, contou.

Além disso, a organização possui relação com 14 marcas grandes e pertinentes no mercado geral. “A gente se conectou com a questão de apostas esportivas recentemente e precisamos ser muito cuidadosos. Quando a gente fala de eSports para quem não está habituado acha que são jogos eletrônicos, não é bem assim! Dá para pensar em uma olimpíada e cada modalidade com própria estrutura. O benefício de se ter uma organização de eSports é estar ligado em tudo isso”.

Akkari acrescentou: “Cada modalidade tem uma faixa etária e preferência diferentes. A primeira grande diferença das apostas nos eSports é a faixa etária. Quando resolvemos isso, precisamos entrar em uma questão didática para ensinar as plataformas a lidar com essas questões. E a partir daí, tudo envolve paixão. A entrega dos esports para o mundo das apostas é até fácil devido a engajamento, mas você precisa ser seletivo pela faixa etária”.

Case do NBB

O moderador Angelo Alberoni apontou a relevância de educar antes de vender o seu produto para o mercado, bem como apresentou o seu case em construção com o Novo Basquete Brasil (NBB) nessa temporada.

“É importante ter essa visão de educar antes de vender o produto. E, temos um case sendo construído com o Betmotion e o NBB, é essencial ter como criar esse engajamento e interagir com o seu fã no digital. Nós tivemos duas partidas patrocinadas pelo Betmotion com um retorno absurdo e uma linguagem muito boa. É um case que está sendo desenvolvido ao longo do ano e tem tudo para ser um sucesso”, detalhou Alberoni.

O diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete, Álvaro Cotta destacou a necessidade de se focar em dois públicos: fãs e marcas. “Senão levar uma experiência para o fã, a sua competição não vai crescer. Essa perspectiva nos ajuda a ter mais flexibilidade e customização na construção das plataformas para levar a marca a conversar com os fãs visando gerar resultado para os nossos parceiros”, comentou.

Há anos na liga de basquete nacional, Cotta frisou que o diferencial está no pensamento coletivo e olhando sempre para o mercado no momento de traçar as estratégias a curto, médio e longo prazo.  

“A liga brasileira é nova em comparação com outras ligas do mundo, em um pais conhecido como o pais do futebol. E eu acho que conseguimos avançar e ter sucesso com a implementação de gestão mais parecida com as ligas americanas e europeias, mais voltadas ao mercado para oferecer resultados interessantes para marcas que estão conosco”, concluiu.