O debate “Mercado do Jogo: Qual a sua aposta?” foi promovido pelo Lide Futuro nesta segunda-feira, 18, na Vila Olimpia, em São Paulo. O evento trouxe reflexões a respeito do potencial do mercado de jogo no Brasil embasado na tramitação de dois projetos: PL 442/91, na Câmara, e o PLS 186/2014, no Senado.
PL 442/91 dispõe sobre a legalização do jogo do bicho e o PLS 186/2014 se refere a exploração de jogos de azar; define as modalidades, autorizações, destinação dos recursos arrecadados e as punições pelo desrespeitos as regras impostas a partir da liberação do jogo no Brasil.
A discussão contou com Magnho José, jornalista e presidente do Instituto Brasileiro do Jogo Legal e do Portal BNLData, além de Bob Santos, Secretário Nacional do Ministério do Turismo; Luiz Felipe Maia, Advogado da BIG – Brazil Internacional Gaming e Marco Pequeno, Diretor Executivo e Criativo da iGaming360.
Abertura do debate “Mercado do Jogo: Qual a sua aposta?”
A discussão foi iniciada por Magnho José com o resgate da história do jogo no Brasil, passando desde o fechamento dos estabelecimentos até a atualidade. O advogado Luiz Felipe Maia deu continuidade explicando as apostas Pari Mutuel e Cotas Fixas.
“A lei foi aprovada com alguns problemas graves! A SECAP terá que mudar a lei. As apostas esportivas terão margem muito baixa, ou seja, durante o projeto legislativo não houve a discussão que está tendo no Brasil”, salientou Maia.
Faturamento atual e projeção mercado do jogo no Brasil
Já André Gelfi comentou que está bastante otimista com o que deve ocorrer no território nacional nos próximos 24 meses. “As empresas que entram no Brasil querem fortalecer a marca. Querem se posicionar e avançam no futebol”, declarou.
Ele ainda complementou com dados de faturamento de cada segmento do mercado de apostas: “O mercado oscila entre 160 e 200 milhões de dólares de faturamento, e 60% de cassino e poker, 40% em apostas esportivas. Hoje, em apostas esportivas e online deve girar em torno de 8 a 10 bilhões de reais”, frisou.
Tratando ainda da paixão nacional, o advogado da BIG – Brazil Internacional revelou que os clubes de elite podem arrecadar milhões com patrocínios e parcerias com empresas desse setor.
“Se falarmos só de patrocínio para futebol, na primeira divisão, estamos falando em mais de 80 milhões de reais. Quanto de dinheiro não vai entrar no país? Quantas empresas não irão se beneficiar do jogo? Quantos empregos? No Bellagio, são oito mil funcionários trabalhando”, disse Maia.
Expectativas para legalização do jogo no Brasil
Na sequencia, Marco Pequeno admitiu que espera algumas modificações a partir da regulamentação do jogo no Brasil. “A primeira coisa que eu espero que mude é o (.tv) Sportinbet.tv ou algo semelhante. Com a regulamentação a nossa expectativa é que isso mude”, afirmou.
De acordo com diretor Executivo e Criativo da iGaming360, ainda não é possível calcular o alcance de empreendimentos da indústria de jogo. “A partir do momento que pudermos investir em performance, o marketing vai aumentar. Hoje não conseguimos mensurar o retorno do trabalho de branding dessas empresas”.
Além disso, o jornalista Magnho ponderou que não será possível recriar algo nos moldes de “Las Vegas” no país. “Nós vamos ser uma nova Las Vegas? Não! Aparece um empresário de fora falando que o Brasil deveria seguir o exemplo de Macau. Eu sou contra! Na hora que colocar um grande Hotel na Barra da Tijuca, mata os de menor ocupação”.
Todavia, Magnho fechou o painel com otimismo ao projetar a criação de mais meio milhão de postos de trabalho a partir da abertura do mercado no território nacional. “Teremos 600 mil empregos com a legalização do jogo no Brasil”, concluiu.