O setor de turismo foi um dos mais impactados no Brasil em decorrência da pandemia nos últimos anos. Sendo assim, esse mercado está encarando um processo de reestruturação, e ainda procura opções para estimular seu crescimento.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2019 (período pré-crise sanitária) o setor movimentou cerca de R$ 238,6 bilhões, o que mostra a importância dessa indústria para o PIB nacional, sendo que em todo o planeta esse mercado gerou, em 2022, US$ 8,6 trilhões.
Dentre as ações que estão sendo analisadas para aprimorar o desenvolvimento do turismo no Brasil está a construção de cassinos em resorts integrados. Esse tipo de estabelecimento tende a oferecer uma experiência para os consumidores que está acima dos cassinos tradicionais, já que além das mesas de jogos, os clientes terão acesso a um ambiente luxuoso e repleto de outras opções de entretenimento, que vão desde atrações turísticas a apresentações culturais.
Nesses locais, as mesas de jogos são um dos grandes atrativos, todavia os hóspedes poderão tirar proveito de outras atrações oferecidas no resort, como shows, torneios presenciais, bares, restaurantes, piscinas, spas, entre outros.
Legislação para cassinos em resorts está estagnada no Congresso
Na década de 1940, os cassinos apareciam como uma das principais alternativas de entretenimento de alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Mas, em 1946 esse tipo de local foi proibido de operar, uma proibição que continua até hoje.
No ano passado foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 442/91, que prevê não só a regulamentação dos cassinos, como diversas outras modalidades, como bingo e jogo do bicho. Em seu texto, o PL 442/91 também prevê que os cassinos só poderão funcionar junto a resorts e complexos turísticos.
Além disso, somente uma quantidade restrita de estabelecimentos do tipo poderá ser construído por estado. São Paulo, por exemplo, devido a sua grande densidade populacional, poderia contar com até três empreendimentos do tipo, enquanto estados menos populosos terão dois ou somente um.
A ideia é de que os cassinos em resorts sejam construído em regiões turísticas desses estados, longe dos grandes centros urbanos, o que aceleraria o desenvolvimento econômico nos locais onde operassem, gerando milhares de postos de trabalho, não só no setor do turismo, como também no de hotelaria, alimentação, transporte, entre outros. Assim, o Estado não só se beneficiaria com a criação de empregos, como conseguiria uma maior arrecadação de tributos.
Os cassinos em resorts são alguns dos principais atrativos de cidades famosas por sua indústria do turismo, como Las Vegas. Enquanto isso, Macau, uma região administrativa especial chinesa, baseia praticamente toda sua economia nos cassinos, abrigando os três maiores estabelecimentos do tipo em toda Ásia.
Vale citar que diversos países da América do Sul já contam com cassinos em resorts integrados, como é o caso do Uruguai, Argentina e Chile, e por conta da sua proximidade com o Brasil, muitos brasileiros vão até esses locais para desfrutarem de suas atrações.
