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O setor hoteleiro do Espírito Santo está bastante otimista com a possibilidade da criação de um cassino no Estado. Além de ser uma grande oportunidade, a região capixaba tem um diferencial aos turistas que se interessam por este tipo de entretenimento: o clima das montanhas da região serrana.

Em entrevista para A Tribuna, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Nerleo Caus, destacou os principais benefícios para o setor hoteleiro com a criação de um cassino.

O PL 442/91 – para liberação dos jogos de apostas e cassinos no Brasil – segue em tramitação no Senado e ainda existem alguns pontos a serem debatidos para dar continuidade a pauta.

Confira abaixo a entrevista com Nerleo Caus na íntegra

A Tribuna: Qual a opinião do senhor acerca do projeto que legaliza a instalação de cassinos no País? 

Nerleo Caus: Torço para que seja aprovado. Sou um otimista. O Brasil está muito atrasado na questão do turismo. A balança comercial do turismo está melhorando, mas está negativa. Historicamente, há mais brasileiros indo gastar lá fora do que gringos trazendo dinheiro para o Brasil. 

O jogo traz outro cenário, vai ajudar bastante na atração de turistas, principalmente com a exuberância que tem nosso País.

A Tribuna: Qual é o local mais apropriado no Espírito Santo para a instalação desse empreendimento? Por qual motivo?

Nerleo Caus: Devido ao tipo de turista, a região de montanha do nosso Estado seria mais adequada para receber o empreendimento. Ela tem muitos diferenciais, como clima, facilidade de comunicação, proximidade da capital, do aeroporto.  

Nossas praias são maravilhosas, mas no Nordeste, por exemplo, os cassinos provavelmente serão na região de praia.  A opção mais diferenciada que o Espírito Santo pode oferecer é a região de montanhas.

Na região de montanhas, você tem Domingos Martins, Pedra Azul, Forno Grande (em Castelo), Caxixe (em Venda Nova do Imigrante).  Aquela região toda está pronta para oferecer ao turista do cassino um diferencial. 

A Tribuna: Teria de começar um cassino do zero?

Nerleo Caus: Será preciso encontrar uma área que tenha luz, água, estrutura física e geográfica de fácil acesso. E a mão de obra deve ser treinada e contratada na região. Nós somos a favor do jogo bem pensado, com inclusão, respeito social, ambiental e à legislação fiscal. 

Tem de ser um cassino que traga diversão, espetáculos permanentes, arte, com shopping center, hotel, spa, pista de patinação, que seja um espaço de lazer, de diversão, não só de jogo. A gente tem a esperança de que os cassinos cheguem aqui de forma completa.  

A Tribuna: Quantos empregos seriam criados com a instalação de um cassino no Estado? 

Nerleo Caus: Serão criados de 1.000 a 1.500 empregos diretos, e de 5.000 a 6.000 indiretos. E é um criador de emprego limpo, não poluente, não é uma indústria. O cassino aprovado com eventos é uma forma de manter dentro dele shows e espetáculos permanentes, que vão criar chances de emprego, principalmente para quem trabalha nessa área. 

O que precisaria de novo em relação à infraestrutura? Em Pedra Azul, por exemplo, seria necessária a instalação de um Centro de Atendimento Médico, um pequeno aeroporto para facilitar o acesso à região e a duplicação da BR-262, já prevista e que também vai contribuir muito.