O jornalista Luiz Carlos Prestes Filho continua sua série de entrevistas sobre a legalização do mercado de jogos no Brasil, com publicações diárias no site “Tribuna da Imprensa Livre“. A entrevistada da vez é a Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Angela Costa.
No decorrer da entrevista, Angela citou a possibilidade da regulamentação das modalidades de apostas e volta dos cassinos. Todavia, ela frisou que o monopólio tende a facilitar a falta de transparência e a dificultar a fiscalização. “Os empresários de jogos de apostas em dinheiro, submetidos à livre concorrência vão sempre buscar a superação, a eficiência e a transparência”, afirmou.
À frente de uma das mais relevantes associações de empresários do país, Angela declarou que a abertura deste setor no Brasil resultará no surgimento de uma grande cadeia produtiva que tende a abrir oportunidades para empresas e empreendedores.
Ela também acredita que o Rio de Janeiro será altamente beneficiado devido à sua reconhecida vocação para os segmentos de entretenimento e turismo a nível nacional e internacional.
Confira a entrevista de Angela Costa
Luiz Carlos Prestes Filho: Qual a visão institucional da ACRJ em relação aos encaminhamentos no Congresso Nacional e no STF que podem regulamentar os jogos no Brasil?
Angela Costa: A ACRJ apoia toda e qualquer iniciativa que estimule a economia privada. A riqueza é construída pela acumulação de capital dos particulares. Assim sempre aconteceu no mundo todo.
Luiz Carlos Prestes Filho: A regulamentação abriria oportunidades para as médias, pequenas e micro empresas reunidas na ACRJ?
Angela Costa: Não tenho a menor dúvida. Em torno das empresas a serem regulamentadas será criada uma imensa cadeia produtiva, abrindo espaço para empresas e empreendedores. O Rio de Janeiro será especialmente beneficiado em razão de sua vocação de prestador de serviços de turismo e entretenimento.
Luiz Carlos Prestes Filho: Temos como favorecer as empresas brasileiras com a regulamentação dos jogos?
Angela Costa: A legalização se justifica por isso. Precisamos impulsionar nossas empresas nas áreas de arquitetura e indústria gráfica, hospedagem e restaurantes, entretenimento e inovação tecnológica, entre outras. O que eu vejo hoje é que toda essa indústria de jogo está baseada sobretudo na tecnologia.
Luiz Carlos Prestes Filho: Será que não chegou a hora para promover um grande congresso empresarial e institucional sobre a regulamentação de jogos no Brasil?
Angela Costa: A ACRJ é um grande espaço para as discussões que digam respeito ao interesse de empresários e de negócios. Estamos inteiramente à disposição das empresas e da classe política para contribuir com o debate regulatório.
Luiz Carlos Prestes Filho: Quais grupos ou comissões da ACRJ estariam preparados para organizar um debate sobre jogos?
Angela Costa: Possuímos conselhos empresariais que tem sido muito atuantes. Todos os temas sensíveis para a nossa economia têm recebido a contribuição institucional da ACRJ. Sobretudo esse tema merece nossa atenção porque vai abrir uma grande oportunidade de negócios que até agora vem sendo negligenciados pela ausência de regras.
Luiz Carlos Prestes Filho: A cidade do Rio de Janeiro é o berço do mais famoso cassino do país – o Cassino da Urca. Será que temos condições de resgatar aquele passado?
Angela Costa: O Rio de Janeiro, apesar de todos os problemas, nunca perdeu seu charme. Estou certa de que a volta dos cassinos vai contribuir para a nossa retomada econômica e cultural.
Luiz Carlos Prestes Filho: Existe possibilidade de gestão empresarial transparente e fiscalização competente pelos órgão de governo?
Angela Costa: Eu acredito muito na capacidade do empreendedor privado de trabalhar num ambiente de liberdade econômica e concorrencial.
O monopólio facilita sempre a ausência de transparência e a má fiscalização. Os empresários de jogos de apostas em dinheiro, submetidos à livre concorrência vão sempre buscar a superação, a eficiência e a transparência.