O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou novos detalhes sobre o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet. As investigações do Ministério Público trazem à tona depoimentos de Antonio Pereira dos Santos, conhecido como Toninho, e de seu ex-funcionário, Sandro dos Ribeiro.
Ambos alegam envolvimento direto na negociação que prometia ao clube paulista o maior acordo financeiro do futebol brasileiro: R$ 370 milhões.
Os depoentes afirmam que deveriam ter recebido comissões pela intermediação do contrato. Entretanto, o patrocínio foi interrompido em junho, após somente seis meses, devido a uma cláusula de combate à corrupção.
De acordo com Toninho, ele e Sandro teriam apresentado a VaideBet ao Corinthians, iniciando as negociações. “Nós não estávamos lá de graça. A gente estava intermediando para ter uma comissão, como existe no show business”, afirmou em depoimento.
Cláusulas questionáveis no contrato
Um ponto central da investigação é uma cláusula contratual que determinava o pagamento de R$ 25 milhões à empresa Rede Social Design LTDA. Toninho alega que essa empresa não teve participação no acordo.
Ele também mencionou constantes cobranças ao Corinthians sobre os valores devidos pela intermediação. “Quem me devia era o Corinthians. Quem recebe o dinheiro é quem paga comissão”, disse.
As denúncias também envolvem o nome de Marcelinho, ex-assessor do ex-diretor Augusto Melo, exonerado recentemente. Marcelinho teria sido o principal contato de Toninho durante as negociações.
Porém, a investigação apura a existência de uma empresa laranja no acordo. Assim, a Rede Social Design LTDA, apontada como intermediadora, teria recebido R$ 1,4 milhão do Corinthians. A Neoway Soluções Integradas, outra empresa suspeita, recebeu esse montante.
Um detalhe que chamou a atenção das autoridades é o destino final do dinheiro: a residência de Edna Oliveira dos Santos, em Peruíbe, litoral paulista. Edna vive em condições humildes e depende do programa Bolsa Família para sobreviver.
Dono da VaideBet fala sobre a parceria com o Corinthians
A Polícia Civil de São Paulo ouviu José André da Rocha Neto, proprietário da VaideBet. Ele afirmou não conhecer Alex Cassundé, sócio da Rede Social Design LTDA. Dessa forma, Rocha Neto destacou que a empresa ainda tem o direito de receber R$ 25 milhões em comissões.
Portanto, o caso lança uma luz sobre a transparência nos contratos de patrocínio no futebol nacional. A atual diretoria do Corinthians, um dos maiores clubes do país, está sob pressão para esclarecer sua relação com a VaideBet e as empresas citadas. Então, o desfecho das investigações pode redefinir os padrões de negócios entre clubes e casas de apostas.