Os contratos de patrocínio máster das casas de apostas dispararam, principalmente para três gigantes clubes gigantes do Brasil neste começo de ano: Corinthians, Flamengo e São Paulo.
O valor conjunto desses patrocínios praticamente triplicou, saltando de R$ 91 milhões para impressionantes R$ 255 milhões anuais. Ou seja, as casas de apostas querem espaço em um mercado cada vez mais competitivo.
Clubes de projeção nacional são os maiores beneficiados
O Corinthians liderou o salto, saindo de um acordo de R$ 22 milhões com a Neo Química para expressivos R$ 120 milhões com a VaideBet, consolidando um contrato de três anos.
O Flamengo não ficou atrás. O contrato com a Pixbet atingiu R$ 85 milhões por ano, ultrapassando os R$ 45 milhões pagos pelo antigo patrocinador master, o BRB.
Entretanto, a casa de apostas já estava presente no uniforme do rubro-negro carioca na temporada passada, em outra propriedade.
O São Paulo também surfou na onda dos contratos milionários, mais do que dobrando seu valor com a Superbet, atingindo R$ 50 milhões líquidos anuais. Anteriormente, a Sportsbet.io pagava R$ 24 milhões por ano. A Superbet assinou um acordo de dois anos.
A ascensão desses valores levanta questionamentos sobre a equidade entre os clubes. Bernardo Pontes, sócio da Alob Sports, destaca que o impacto será mais significativo para clubes de alcance nacional, como Flamengo e Corinthians, relegando os times regionais a uma posição menos vantajosa.
“É mera matemática. Se você tem um público nacional, você tem muita torcida para converter. O impacto em clubes regionais junto a esses torcedores, e na sua base de sócios, é consideravelmente reduzido”, analisou Bernardo Pontes em entrevista ao Portal Uol.
“Estou falando de audiência de TV, como tem Flamengo, Vasco. Não adianta achar que vai ter a alavancagem desses clubes. Não vai ser tão agressivo (um patrocínio de casas de apostas)?”, acrescentou.
Regulamentação das casas de apostas pode afetar o patrocínio
Outro fator a considerar é a regulamentação aprovada no Congresso Nacional, que estabelece um prazo de seis meses para que as casas de apostas se adequem às novas regras. Este movimento pode resultar em uma consolidação do mercado e eventual redução nos valores dos contratos.
Portanto, Pontes sugere que a oferta de patrocínios pode diminuir à medida que o mercado se ajusta às regulamentações, e o número de empresas atuando sem regulamentação deve reduzir de 300/500 para 80/100.
O Ministério da Fazenda já recebeu manifestações de interesse de 134 casas de apostas em regularizar-se, cada uma pagando uma outorga de R$ 30 milhões.
Assim, em meio a esse cenário, surge a incerteza sobre a durabilidade dessa onda de grandes patrocínios. O mercado de casas de apostas, inicialmente inflamado, pode experimentar uma queda após a regulamentação.
Ou seja, a única certeza que temos no mundo das apostas é que, por ora, os grandes clubes brasileiros colhem os frutos dessa corrida milionária por patrocínio. A prova disto é que atualmente 18 dos 20 clubes da Série A são parceiros de casas de apostas.