A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recebeu o inquérito envolvendo o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, investigado por possível infração disciplinar ligada à suspeita de manipulação de resultados.
O órgão irá decidir se apresentará denúncia formal contra o atleta. Apesar do prazo oficial de até 60 dias para a deliberação, muitos esperam que o STJD analise o processo antes, devido à relevância do caso.
Na última sexta-feira (6), o auditor Maxwell Borges de Moura Vieira concluiu o inquérito, disponibilizando, assim, o documento tanto para a procuradoria quanto para os representantes legais de Bruno Henrique. Em seguida, o material foi encaminhado ao procurador do STJD, Paulo Dantas, para avaliação e possível manifestação da defesa em breve.
Bruno Henrique presta esclarecimentos em audiência
Durante audiência virtual no STJD, Bruno Henrique apresentou sua versão sobre os fatos. Paralelamente, a Polícia Federal apura se o atleta teria provocado propositalmente um cartão amarelo no duelo contra o Santos, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023. Além do jogador, outras dez pessoas, inclusive seu irmão Wander Nunes Pinto Júnior, são investigadas por possível envolvimento no caso.
Em 7 de maio, após o envio de provas pela Coordenação de Repressão à Corrupção da Polícia Federal, o presidente do STJD do Futebol, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, instaurou oficialmente o inquérito. O objetivo é investigar suspeitas de combinação de resultados em um possível esquema de apostas. Por isso, diferentes instituições vêm acompanhando o caso atentamente.
No mesmo mês, o advogado criminalista Ricardo Pieri Nunes, defensor de Bruno Henrique, apresentou um pedido de arquivamento da investigação. Para ele, a prática de forçar cartão não configura crime de acordo com a lei vigente. O pedido agora está nas mãos da 7ª Vara Criminal de Brasília, que decidirá se aceita o argumento da defesa e encerra o inquérito, ou se determina o envio para o Ministério Público.
Ricardo Pieri frisa que “a prática de forçar cartões como parte de estratégia tática é pública e conhecida no meio esportivo, inclusive incentivada por técnicos e admitida por outros atletas”.
Além disso, o caso tem suscitado debates sobre ética e táticas esportivas. Dessa forma, especialistas sustentam que a investigação, independentemente do resultado, pode servir como referência para situações semelhantes no futuro.
Por conseguinte, o desdobramento interessa a setores disciplinares e a potenciais consequências legais. Por fim, a deliberação da procuradoria do STJD ganhará destaque enquanto se aguarda a manifestação final das autoridades e a defesa formal do atleta.