Um estudo do Itaú mostrou que o setor de apostas online e jogos tem lucro líquido de 23,9 bilhões de reais e gasta quase 9 bilhões de reais em marketing.
Identificando quanto essas empresas gastam com publicidade e quanto esse custo representa do seu faturamento total, os economistas Luiz Cherman e Pedro Duarte, do departamento de pesquisas macroeconômicas do banco, chegaram a uma estimativa do faturamento total do setor. O relatório intitula-se “Paris online: estimativas de dimensão e impacto no consumo”.
Marketing com apostas online passa dos R$ 8,5 bilhões
Estima-se que o setor gaste entre 5,8 e 8,8 bilhões de reais em marketing, com 3,5 bilhões destinados ao patrocínio de futebol. Empresas no Brasil direcionam de 45% a 75% de suas receitas para essas ações, com base em dados financeiros de 2021 ao primeiro trimestre de 2024.
No Reino Unido, por exemplo, mercado mais antigo deste segmento, a regulamentação das apostas chegou em 2005. As despesas de marketing representam cerca de 20% da receita bruta.
Nos Estados Unidos, onde o mercado de apostas ainda está em expansão (está regulamentado desde 2018 pela maioria dos estados), as empresas gastam ainda mais nesta área, quase 30% do seu rendimento.
O mercado brasileiro é ainda mais jovem que o mercado norte-americano, já que a lei regulatória nacional só foi aprovada em dezembro de 2023.
Porém, o estudo estima que uma boa aproximação é que as empresas localizadas no Brasil passem o que os americanos gastaram há alguns anos – em 2021, por exemplo, quando os gastos com marketing nos Estados Unidos variaram entre 48% e 75% das receitas.
O marketing no futebol vai além dos 90 minutos de jogo
Kelvin Pereira, diretor da BETesporte, plataforma de apostas esportivas online, afirmou que a empresa está diretamente envolvida na paixão dos brasileiros, que é o futebol.
“Apoiamos muitos clubes, inclusive os principais do Centro-Oeste, como Goiás e Vila Nova, promovendo ações que alcancem seus grandes torcedores. Além disso, oferecemos diariamente boas condições em nossas plataformas e pedimos jogos seguros e responsável”.
Leandro Figueiredo, chefe de patrocínio da EstrelaBet, empresa que patrocina clubes como Internacional, Criciúma, América-MG, Ponte Preta, Botafogo-SP e CRB, salientou que o alcance da comunicação do futebol no país motiva o investimento.
“É algo que não só dura nos 90 minutos de jogo, mas que ultrapassa as quatro linhas. O futebol nos permite participar de momentos históricos, decisivos e emocionantes com a nossa marca”.
Segundo ele, o esporte, principalmente o futebol, também é essencial para o posicionamento da marca em termos de memória e reputação. “Procuramos sempre firmar acordos com clubes que tenham um processo de governança muito claro, valorizamos o processo de gestão”, explicou Figueiredo.
As apostas online têm atraído a atenção de grandes grupos
Assim, o rápido crescimento das plataformas de apostas online no país tem incentivado a entrada de grandes grupos neste segmento. Recentemente, Globo e MGM Resorts International anunciaram um acordo para lançar a BetMGM no Brasil a partir de 2025. Ano que vem é o prazo para que todas as normas finalmente entrem em vigor.
Trechos do comunicado afirmam que a nova plataforma será “a melhor da categoria, com responsabilidade por um dos mercados regulamentados mais jovens e de mais rápido crescimento do mundo”.
Ou seja, esta é a primeira vez que um grupo brasileiro de comunicação investe ativamente em uma empresa do setor. Contudo, o SBT e a Band também estão se mobilizando para ingressar no setor.
O primeiro prazo para obtenção de licença para empresas que desejam operar no Brasil termina na próxima terça-feira (20). Até o momento, 44 operadoras já entraram com pedido junto ao Ministério da Fazenda.
