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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em depoimento à CPI das Apostas, Wesley Cardia, ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, manteve-se em silêncio perante diversas perguntas dos senadores.

As questões estavam relacionadas a um suposto pedido de propina à associação, em troca de proteção na CPI das Apostas Esportivas da Câmara dos Deputados, em 2023.

Anderson Ibrahim, representante da empresa Air Golden e ex-gestor do futebol do Clube Atlético Patrocinense, também depôs na CPI.

Uma reportagem da revista “Veja” em setembro passado destacou o alerta feito por José Francisco Manssur, ex-assessor especial do Ministério da Fazenda, ao ministro Fernando Haddad sobre o pedido de propina.

Wesley Cardia estava amparado por um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, que lhe garantiu o direito ao silêncio. Mesmo assim, ele leu um comunicado justificando sua decisão:

“Aplaudo a iniciativa do Senado em debater a manipulação de resultados e de sua intenção de ajudar a sociedade, as empresas operadoras e o Ministério da Fazenda, que vem se empenhando para publicar as melhores regras possíveis para refrear essa prática delituosa.

Não pretendo, no entanto, dar azo a qualquer situação que possa criar ilações sobre o comportamento de membros deste Parlamento, seja do Senado, seja da Câmara de Deputados. E eu, como um democrata convicto, entendo ser o Congresso Nacional a voz mais importante e derradeira do povo brasileiro”.

Depoimento de Anderson Ibrahim na CPI das Apostas

Além de Cardia, Anderson Ibrahim Rocha, representante da empresa Air Golden, depôs à CPI. Ibrahim negou qualquer conhecimento sobre a suspeita de manipulação na partida em que o Patrocinense perdeu para o Inter de Limeira por 3 a 0 na Série D do Campeonato Brasileiro, em 1º de junho de 2024.

Porém, esta partida está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Jogo Limpo devido a movimentações suspeitas em casas de apostas. “A Patrocinense, para quem acompanhou no Campeonato Mineiro, não conseguiu nem concluir a sua participação no estadual mineiro”.

Ibrahim acrescentou: “Houve três W.O. seguidos. Então, não vinha sendo feita uma boa administração do clube, não vinha sendo feita uma boa gestão da instituição. Eles pecaram com pagamentos, eles pecaram com a logística, eles pecaram com administração de grupo, tomadas de decisões”.

Anderson Ibrahim – em pronunciamento. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Ações da CPI

A CPI aprovou oito requerimentos, incluindo a convocação de Camila Silva da Motta, alvo de denúncia criminal na Operação Penalidade Máxima. Por fim, essa operação é conduzida pelo Ministério Público de Goiás, sobre a manipulação de resultados em competições nacionais.