Presidente-da-CBF-revela-o-que-ouviu-da-FA-sobre-o-caso-de-Lucas-Paqueta
Foto: Flickr / CBF

Lucas Paquetá, meio-campista da seleção brasileira, está sob investigação da Federação Inglesa (FA) por supostas violações às regras de apostas esportivas na Premier League. Em meio a isso, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, fez declarações importantes sobre a situação do atleta antes do amistoso contra os Estados Unidos.

Ednaldo Rodrigues enfatizou que a CBF tomou a decisão de convocar Paquetá com critério e respaldo jurídico quando questionado sobre sua convocação.

Ele mencionou que a CBF buscou primeiramente ouvir sua diretoria jurídica e de compliance, além da unidade de integridade da confederação. Ednaldo explicou que houve uma consulta à Federação Inglesa para entender melhor a situação do jogador.

“Foi uma tomada de decisão bem criteriosa. A CBF procurou primeiro ouvir sua diretoria jurídica e de compliance, além da unidade de integridade da confederação. Também fizemos consulta à Federação Inglesa, com algumas perguntas bem objetivas sobre a situação do atleta,” disse.

A resposta da Federação Inglesa foi que não havia previsão de punição imediata para Paquetá, permitindo que ele continuasse na seleção sem problemas.

“Diante das perguntas que a CBF fez, a Federação Inglesa respondeu que não tinha previsão de punição. Com isso, a CBF entendeu que ele poderia permanecer na seleção brasileira sem qualquer problema,” completou o presidente da CBF.

Foto: Flickr/ CBF

Defesa de Lucas Paquetá e as acusações da Federação Inglesa

Paquetá se defendeu das acusações publicamente apenas uma vez, no dia 31 de maio. Ele afirmou sua cooperação com as investigações e expressou o desejo de esclarecer tudo o mais rápido possível. O jogador declarou sua inocência e expressou seu desejo de ajudar a seleção brasileira.

“Fui aconselhado pelos meus advogados a não fazer comentários sobre, mas o que posso falar é que continuo fazendo o possível e cooperando. Vamos fazer o máximo para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível. Quero deixar claro que sigo preparado para estar aqui nesse momento,” disse Paquetá.

A Federação Inglesa acusa Paquetá de violar duas regras sobre apostas esportivas na Premier League. Segundo a investigação, o jogador teria forçado cartões amarelos deliberadamente em quatro partidas distintas para beneficiar apostadores.

“O jogador foi acusado de quatro violações da Regra E5.1 da FA em relação à sua conduta nos jogos do clube na Premier League contra o Leicester City, em 12 de novembro de 2022; Aston Villa em 12 de março de 2023; Leeds United em 21 de maio de 2023; e AFC Bournemouth em 12 de agosto de 2023,” apontou a FA em comunicado.

Além disso, Paquetá foi acusado de falhar em cumprir outra regra que exige que jogadores evitem qualquer comportamento que possa ser considerado uma manipulação de resultados.

“Alega-se que ele procurou influenciar diretamente o andamento, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência nessas partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrarem,” detalhou a FA.

Lucas Paquetá em coletiva de impressa da Seleção Brasileira – Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Possíveis consequências e comparações a casos anteriores

Após a formalização da denúncia, Paquetá tem um período determinado para apresentar sua defesa à Federação Inglesa. A decisão final ainda não tem data estipulada. Mesmo que o regulamento da FA não especifique uma punição para um caso como esse, a história de combate à manipulação de apostas no futebol inglês indica que, se condenado, Paquetá pode enfrentar uma punição severa.

Dois casos recentes mostram a seriedade com que a FA trata essas situações. Ivan Toney, do Brentford, foi suspenso por oito meses, enquanto Sandro Tonali, do Newcastle, recebeu uma suspensão de dez meses por envolvimento em apostas esportivas.

“O polêmico Joey Barton foi suspenso por 18 meses após uma investigação que apontou 1.260 apostas feitas pelo inglês entre 2006 e 2016,” exemplificou a FA.

A FA considera as acusações contra Paquetá particularmente graves, tratando-o como participante ativo na suposta manipulação, similar ao caso de Bradley Wood, suspenso por seis anos em 2017 por forçar cartões amarelos.

“O caso mais impactante, contudo, foi o de Kynan Isaac, que recebeu um gancho total de 12 anos em 2022 depois de receber deliberadamente um cartão amarelo em uma partida da Copa da Inglaterra,” relatou a FA.

Isaac não apenas forçou cartões, mas também realizou outras 347 apostas, o que agravou sua punição. Assim, o jogador brasileiro corre o risco de ser banido do futebol permanentemente.