Presidente-do-Palmeiras-diz-a-CPI-que-denuncias-de-Textor-sao-irresponsaveis
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, refutou as denúncias de favorecimento ao clube por árbitros no Campeonato Brasileiro feitas pelo empresário John Textor, dono do Botafogo.

Durante a sessão, Leila defendeu o sistema de VAR, apesar de falhas ocasionais, e exigiu punições severas contra a manipulação de resultados esportivos.

O requerimento para o comparecimento da presidente do Verdão à CPI foi apresentado pelo presidente da comissão, senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Isso aconteceu após Textor, sócio majoritário do Botafogo, acusar o clube paulista de suposta compra de arbitragens para obter vantagens no campeonato.

Assim, Leila Pereira rebateu, afirmando que o Brasileirão é altamente competitivo e atribuiu os resultados negativos do Botafogo à “incapacidade” do time.

Ela desafiou Textor a apresentar provas de suas denúncias, caso contrário, ele deveria ser banido do futebol brasileiro.

“Não posso deixar um estrangeiro vir aqui e desqualificar um título muito importante do Palmeiras. Minhas observações são sobre a atitude de John Textor, não do Botafogo. Ou seja, as atitudes dele são um grande mal para o futebol brasileiro”.

Presidente do Palmeiras fala sobre a integridade do futebol na CPI das Apostas

Respondendo ao senador Carlos Portinho (PL-RJ), Leila Pereira afirmou que a “virada” de 4 a 3 do Palmeiras sobre o Botafogo foi uma ocorrência normal no futebol. Ela destacou que, na ocasião, não havia denúncias de manipulação de jogos.

Leila declarou que, se soubesse de irregularidades em seu clube, teria denunciado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Em resposta ao senador Romário (PL-RJ), relator da CPI, Leila Pereira defendeu o banimento de todos os envolvidos em manipulação de jogos como medida educativa para dissuadir tais práticas.

“Sem punição, não vamos chegar a lugar nenhum. A impunidade é a semente do próximo crime. Se você participar desses esquemas que prejudicam a credibilidade e o resultado do futebol, será banido”.

O senador Kajuru sugeriu que os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro se reúnam na CBF para cobrar provas de John Textor. Ele lamentou a falta de credibilidade devido à ausência de soluções concretas e afirmou que mentiras repetidas acabam sendo aceitas como verdade.

Medidas de prevenção e educação

O senador Carlos Portinho mencionou a notificação do Corinthians pela empresa de apostas VaideBet por violação de cláusula contratual anticorrupção e perguntou sobre medidas similares no Palmeiras.

Leila Pereira explicou que o código de ética do clube proíbe os jogadores de apostar e que o Palmeiras se esforça para educar os atletas desde jovens.

“Acham que a manipulação é normal, mas não é. Desde meninos, nós temos essa preocupação. Os atletas assinam um código de ética e seguem o que está em contrato”.

Portinho também criticou a falta de agilidade do Ministério Público em responder a denúncias e a ausência de canais de comunicação eficazes para denunciantes.

Ele sugeriu uma cooperação entre a CBF e o Ministério Público para melhorar a resposta às denúncias de manipulação de resultados. “É preciso apurar e ter provas robustas para que o Ministério Público possa oferecer denúncias. É de interesse dos clubes”.

Leila Pereira acrescentou que a permissividade no futebol dificulta a apuração de responsabilidades. Ela questionou a ausência de punições severas para dirigentes envolvidos em irregularidades.

Confiança no VAR e melhorias na arbitragem

O senador Romário citou depoimento de John Textor sobre supostos prejuízos ao Botafogo causados pelo VAR. Leila Pereira afirmou confiar na ferramenta, apesar de erros ocasionais, e acredita que a CBF está trabalhando para melhorar a arbitragem.

“Existem erros, as pessoas precisam ser mais capacitadas, mas acredito no trabalho da CBF e do diretor de arbitragem para melhorar nossa arbitragem”.

Ao senador Chico Rodrigues (PSB-RR), Leila Pereira argumentou que um sistema de sorteio de árbitros não seria suficiente para evitar manipulações.

Além disso, ela defendeu punições rigorosas para resultados positivos e preferiu questionar eventuais erros de arbitragem diretamente com a CBF, evitando “chiliques” na imprensa.