O jogador do West Ham e da seleção brasileira, Lucas Paquetá, terá mais tempo para apresentar sua defesa no inquérito em que o acusam de envolvimento ilegal com apostas esportivas. Entre outras possíveis punições, ele poderia enfrentar uma proibição vitalícia do futebol.
O Comitê Independente que examina o caso concedeu uma solicitação feita pelos advogados do meio-campista, que até a última segunda-feira, 3, para entregar suas alegações. Não há data para o novo prazo.
A Football Association of England enviou uma denúncia detalhada, quase com duas mil páginas, à Comissão Disciplinar da FIFA. Na denúncia, acusam o jogador de integrar um esquema de manipulação por ter recebido cartão amarelo em quatro partidas.
Assim, teria favorecido parentes, amigos e conhecidos de pessoas que têm relação próxima com Lucas Paquetá. De acordo com o jornal britânico The Sun, todas as apostas teriam sido feitas a partir da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu.
Estima-se que cerca de 60 pessoas tenham apostado que o brasileiro seria advertido pelo juiz em um ou mais desses confrontos. Os apostadores envolvidos arrecadaram cerca de 100.000 libras – o equivalente a 675.000 reais.
Entretanto, o valor dos ganhos não chegam ao que o atleta recebe em uma semana de salário no futebol inglês. O brasileiro recebe um salário anual de 7,8 milhões de libras ou 162,5 mil libras por semana (em torno de R$ 1 milhão por semana, na cotação atual), conforme o site Spotrac.
De acordo com o The Sun, os cartões amarelos foram tomados em jogos da Premier League nas temporadas 2021/22 e 2022/23. A lista de confrontos é a seguinte: contra o Leicester, em 2022, e contra Aston Villa, Leeds United e Bournemouth, em 2023.
Entenda o caso de Lucas Paquetá
As alegações sugerem que ele deliberadamente recebeu cartões amarelos em troca de apostas, resultando em uma investigação da Football Association of England.
As consequências incluem a possibilidade de uma suspensão vitalícia e já afetaram sua carreira, cancelando uma transferência para o Manchester City.
Paquetá nega as acusações, afirmando que as evidências são circunstanciais. A investigação, desencadeada por alertas de empresas de jogos, ainda não avançou para uma audiência formal, mas levanta questões de jurisdição e envolve a coleta de dados de apostas no Brasil.
Posicionamentos
Atualmente, ele se prepara para disputar a Copa América com a seleção brasileira. Em entrevista coletiva recente, Paquetá se manifestou pela primeira vez sobre o caso e alegou inocência.
“Vai ser a primeira e única vez que vou falar. Fui aconselhado pelos meus advogados a não fazer comentários sobre o caso. Continuo fazendo o possível e cooperando com as investigações, vamos fazer o máximo para esclarecer tudo.
Sigo preparado para esse momento, para estar aqui, isso é o mais importante, fiz uma temporada especial, estive nas duas ultimas convocações. Estou feliz de estar aqui, vou estar disposto a ajudar a seleção brasileira”, disse.
Além disso, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicionou publicamente. De acordo com uma nota oficial, a decisão foi tomada pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, após trocar informações com autoridades da Federação Inglesa.
“E, por assim dizer, é certo afirmar que o atleta está liberado a exercer o seu ofício profissional até o presente momento, fonte de seu sustento e de sua família, de maneira plena e irrestrita, seja pelo seu clube, seja pela seleção do seu país de origem”, diz o comunicado.