A CPI das apostas esportivas, que investiga um esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro, aprovou convites para depoimentos dos jogadores Lucas Paquetá, do West Ham (ING) e da seleção brasileira, e Luiz Henrique, do Real Betis.
As solicitações, realizadas pelo relator da CPI, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), eram convocações, em que os depoentes teriam obrigação de comparecer, mas foram transformados em convites.
A expectativa da comissão é que eles participem por videoconferência, já que não devem ter condições de viajar da Europa para o Brasil em meio à temporada de jogos de seus respectivos clubes.
Ambos são suspeitos de envolvimento ilegal com esquemas de apostas esportivas.
Paquetá é investigado pela Federação Inglesa de futebol por supostamente ter tomado um cartão amarelo de propósito em uma jogo do Campeonato Inglês, contra o Aston Villa, no dia 12 de março.
Na mesma data, diversas apostas foram realizadas em Duque de Caxias (RJ) pela Betway, casa de apostas que patrocina o West Ham, time de Paquetá, depositando a quantia máxima autorizada.
Os apostadores fizeram uma aposta casada: só receberiam o dinheiro caso Paquetá levasse amarelo e, ao mesmo tempo, se Luiz Henrique tomasse o mesmo cartão em um jogo contra o Villarreal, no mesmo dia, pelo Campeonato Espanhol. Ambos foram advertidos com amarelos.
No dia 23 de agosto, a CPI das apostas esportivas ouviu o depoimento do jogador Nino Paraíba, atualmente no Paysandu, que atuou pelo América-MG neste ano.
Na mesma sessão, também foi aprovado convite para o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, ou alguém que o represente.
Além disso, os deputados pretendiam votar a convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. Entretanto, a solicitação foi retirada da pauta da CPI das apostas esportivas.
Sobre a CPI das apostas esportivas
A CPI das apostas esportivas é presidida pelo deputado Julio Arcoverde (PP-PI) e relatada pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE). Os trabalhos foram iniciados em 17 de maio com prazo inicial de 120 dias, mas esse período foi ampliado.
A iniciativa para criar o colegiado se baseou nas investigações feitas pelo Ministério Público de Goiás que levantaram suspeitas de manipulação em jogos do Campeonato Brasileiro do ano passado, bem como em estaduais deste ano.
Vários jogadores relacionados com o esquema já foram julgados pela justiça desportiva e foram punidos com multas, suspensões e até banimento do futebol.