CPI das apostas esportivas contará com apoio da Polícia Federal nas investigações
Foto: Reprodução / Canal da Câmara no Youtube

A Polícia Federal designou o delegado Sergio Eduardo Busato para auxiliar as investigações da CPI das apostas esportivas.

Dessa forma, comissão da Câmara dos Deputados está apurando um suposto esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 2, pelo relator, deputado Felipe Carreras (PSB-PE).

“A gente começa agora a fase de nos debruçar, com inteligência policial, nas convocações e convites para que tenhamos empresas presentes aqui, respondendo a CPI. Talvez até com quebra de sigilo para ampliarmos as investigações em curso”, disse.

O deputado Luciano Vieira (PL-RJ) avalia que o diálogo com as empresas é fundamental, sobretudo diante da medida provisória (MP 1182/23) que regulamenta a exploração de apostas esportivas.

“Estamos no momento da regulamentação junto ao governo federal”.

Então, de imediato, antes de regulamentar qualquer empresa, nós temos que quebrar o sigilo bancário dela e ver quem está certo e quem está errado. É o princípio de tudo”, complementou Vieira.

O vice-presidente da CPI, deputado Daniel Agrobom (PL-GO), admite até duas reuniões semanais para ouvir as empresas convocadas e convidadas.

Antes, entretanto, as associações de empresas de apostas esportivas devem comparecer à comissão, já na próxima semana.

O deputado Delegado da Cunha (PP-SP) também cobrou depoimentos prévios de representantes da Justiça Desportiva e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Polícia Federal e a CPI das apostas esportivas

A CPI das apostas esportivas ouviu, também nesta quarta, o delegado da Polícia Federal em Sergipe, Fabrício Martins Rocha, com experiência nas operações Distração e Jogada Ensaiada.

Ele admitiu que essas fraudes acabam destinadas a investigações das polícias civis estaduais.

O tema é “relativamente novo” para a Polícia Federal diante da “repercussão interestadual com necessidade de repressão uniforme” e da correlação com outros crimes, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

De acordo com Fabrício Rocha, o maior desafio na investigação é a dificuldade de acesso a algumas informações básicas.

“A maioria dessas empresas de apostas está sediada fora do território nacional, e você não tem acesso a informações nem tem como oficiar sobre eventual suspeita de fraudes”, explicou.

CPI das apostas esportivas / delegado da Polícia Federal em Sergipe, Fabrício Martins Rocha
Delegado da Polícia Federal em Sergipe, Fabrício Martins Rocha Foto: Reprodução / Canal da Câmara no Youtube

Conforme Rocha, a Polícia Federal mantém memorando de intenção com a Esporte Radar, uma empresa suíça com expertise na análise de jogos e na indicação de eventuais manipulações.

O delegado elogiou a MP 1182 por prever a constituição de empresas no Brasil para a exploração das apostas.

De acordo com o deputado Albuquerque (Republicanos-RR), responsável pelo convite a Fabrício Martins Rocha, as investigações da CPI das apostas esportivas e da Polícia Federal também devem identificar os financiadores das fraudes nas apostas esportivas.

Operação Penalidade Máxima

Sendo assim, o escândalo investigado pela CPI foi denunciado na Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás com segredo de Justiça.