A CPI das apostas esportivas possui encontro nesta terça-feira, 6, para aprovar requerimentos de convocação a várias pessoas. Não haverá depoimentos nesta reunião, instaurada para apurar os casos de manipulação de jogos investigados pelo Ministério Público de Goiás, responsável pela Operação Penalidade Máxima.
Estão na pauta 71 requerimentos, todavia, alguns deles são repetidos. São os casos, por exemplo, do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, convidado pelos deputados Fred Costa (Patriota-MG), Yury do Paredão (PL-CE) e Albuquerque (Republicanos-RR) para “ajudar”, “contribuir” e “prestar informações” à Comissão, e do presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Callegari Cardia.
A variedade dos convidados a comparecer a CPI das apostas esportivas é tão grande que varia desde o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, até a ministra do Esporte, Ana Moser.
Os 15 jogadores que já foram denunciados pelo MP foram chamados a depor na CPI, bem como aliciadores e financiadores também denunciados no esquema, incluindo Bruno Lopez de Moura e Thiago Chambó, que estão presos e são apontados como chefes da quadrilha.
Eduardo Bauermann, jogador afastado pelo Santos, foi convocado, na condição de investigado, pelos deputados Luciano Vieira (PL-RJ) E Yury do Paredão. O jogador teve pena leve na Justiça desportiva de apenas 12 partidas.
Conforme o Zero Hora, os deputados chamaram o presidente da Comissão dos Árbitros de Futebol de Goiás, e presidente do Sindicato dos Árbitros do mesmo Estado.
André Rizek, jornalista e apresentador do grupo Globo, foi convocado, na condição de testemunha, pelo deputado Márcio Marinho (Republicanos-RJ), para “falar sobre as semelhanças da Máfia do Apito de 2005 com o esquema das casas de apostas”.
São 13 requerimentos de convites, 44 de convocação, 12 que abrange ambos e um de requisição, este feito pelo deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que pede ajuda da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no “assessoramento” dos parlamentares que integram a CPI das apostas esportivas.
Relator afirma que CPI das apostas esportivas não vai ‘terminar em pizza’
A CPI tem Felipe Carreras (PSB-PE) como relator e Julio Arcoverde (PP-PI) na presidência. A primeira vice-presidência é de André Figueiredo (PDT-CE) e a segunda, de Daniel Agrobom (PL-GO).
Carreras assegurou que a Comissão não iria “terminar em pizza”. “O futebol brasileiro está doente, está em crise. São muitas as interrogações que nós temos. Essa CPI, pode escrever, anotar e quebrar, não vai terminar em pizza”, afirmou.
O promotor de Justiça Fernando Cesconetto, o procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos responsáveis pela chamada Operação Penalidade Máxima, e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que denunciou casos de manipulação dentro de seu próprio clube, foram os primeiros convidados da CPI.
Segundo a organização, haverá reuniões, audiências, missões oficiais e outras diligências até o dia 13 de junho. De 18 a 31 do mesmo mês, os deputados estarão em recesso. Depois, as atividades são retomadas até a CPI das apostas esportivas ser finalizada. A expectativa é de que isso ocorra até o final de setembro.