As casas de apostas esportivas se tornaram uma valiosa fonte de renda para os times de futebol brasileiros. Dos 20 clubes da elite do futebol nacional, 19 deles possuem acordos com empresas do setor. Nas três primeiras divisões do Brasileirão, dos 60 times envolvidos, 51 são patrocinados por grupos de apostas.
Conforme a coluna Panorama Esportivo de O Globo, as casas de apostas também patrocinam competições e possuem jogadores como embaixadores.
Uma pesquisa efetuada pela agência de marketing esportivo NeoBrand apontou que dez empresas injetaram mais de 325 milhões de reais em clubes para anunciarem suas marcas em sete espaços distintos dos uniformes. Dos acordos de patrocínios, 11 são principais.
Especialistas apontam que casas de apostas tendem a diminuir investimento no futebol
O setor, atualmente, está crescendo, todavia, especialistas entendem que pode atingir um outro patamar em algum momento. Esse novo estágio quer dizer que as casas de apostas não precisarão mais se expor tanto. Por consequência, reduzirão as ofertas aos times através das parcerias, que também acontecerão em menor número.
“O segmento de apostas tem colocado muito dinheiro em patrocínios. São contratos com total disparate dos valores cobrados para outros segmentos, ou seja, o mercado está aquecido para as casas de apostas. E como o setor ainda não é regulamentado, os grandes players ainda não pisaram no Brasil. Quando tudo estiver definido, eles vão querer patrocinar”, afirmou Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports & Marketing em entrevista a coluna de O Globo.
Conforme Fernando Trevisan, especialista em gestão e marketing esportivo e diretor da Trevisan Escola de Negócios, o futebol está se tornando exageradamente dependente do setor de apostas.
“É muito importante diversificar as fontes de receita. E o futebol brasileiro está excessivamente dependente de um único setor, que é um setor que está em ebulição e que muita coisa ainda deve acontecer”, disse Trevisan ao Panorama Esportivo.
Para o especialista, a regulamentação das casas de apostas no Brasil pode resultar em algumas restrições, como já ocorre em outras partes do mundo.
“Se a gente olhar os mercados mais desenvolvidos, como será o nosso futuro, por exemplo o que aconteceu na Inglaterra, que acabou por banir que empresas de Bet sejam patrocinadores masters. Eles podem ter acordos de patrocínio, mas não na frente da camisa, não como principal patrocinador”, concluiu.