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Onze pessoas foram condenadas pela Justiça de São Paulo a 10 anos e 8 meses de prisão sob acusação de montarem uma quadrilha especializada na manipulação de resultados no futebol. Segundo investigações do Ministério Público, a organização criminosa agiu, entre 2015 e 2016, para interferir em partidas do sub-20 do campeonato paulista, séries A2 e A3 e competições no Nordeste.

A denúncia foi apresentada à Justiça em novembro de 2016, relatando que o esquema envolvia apostadores asiáticos que buscavam manipular os resultados por meio de ofertas financeiras que, normalmente, iam até US$ 35 mil. Além disso, eles queriam determinar até mesmo o momento em que os gols seriam feitos.

Todas as instruções eram entregues aos articuladores do esquema no Brasil, onde coordenavam as ações com técnicos, jogadores, dirigentes e empresários ligados a várias equipes que aceitavam as fraudes; os pagamentos eram feitos ainda no campo, segundo a Promotoria.

Foi uma empresa austríaca de auditoria que encontrou os primeiros os indícios de manipulação de resultados. Em 2015, a empresa, que trabalhava para a Fifa, encontrou inconsistências na análise de padrões de apostas esportivas em uma partida do sub-20, onde o Atlético Sorocaba perdeu para o Santo André por um placa surreal de 9 a 0. Após isso o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) foi avisado pela FIFA e acionou o Ministério Público.

Na denúncia, foi relatado que a quadrilha teria, em junho de 2015, oferecido R$ 50 mil à direção do São José Esporte Clube para que a equipe do sub-20 perdesse por 3 a 0 para o Corinthians, mas o dirigente do clube não aceitou a proposta.

As 11 pessoas condenadas são: Anderson Rodrigues e Márcio Souza da Silva, que seriam articuladores do esquema, e Jefferson Teixeira, Carlos Luna, Wanderley Carneiro, Wanderley Carneiro Júnior, Rodrigo Bonfim, Marcos Ferrari, Carlos Rabelo, Francisco Gonçalves e Thiago Coutinho, acusados de serem aliciadores dos profissionais do futebol.

Além da pena de prisão dos condenados, eles terão que pagar uma multa de R$ 41,7 mil. Ainda existem dois apostadores identificados pelas investigações, mas que ainda não foram julgados.