Com o crescimento do consumo de conteúdo e jogos de futebol feminino, informações da Casa de Apostas apontam que a quantidade de apostas esportivas nesses campeonatos subiu 139% neste ano em comparação com 2021, mais de 95% ligadas ao Brasileiro Feminino 2022.
Segundo a empresa, essa elevação se deve ao crescimento do número de campeonatos, de púbico, de patrocínios e de audiência da modalidade, mas também da publicidade de casas de apostas.
“A indústria cresceu como um todo, a visibilidade em torno das transmissões esportivas e redes sociais é maciça e, como não poderia deixar de ser, as apostas em torno destas competições também ganharam destaque”, declarou Hans Schleier, diretor de marketing da empresa. Já para a empresa Esportes da Sorte, as apostas direcionadas para jogos femininos triplicou em 2022 quando comparado com o ano passado.
“Toda a divulgação feita pela mídia é refletida neste retorno, além do que as semifinais do Brasileiro deste ano levaram quatro clubes com enormes torcidas, casos de Flamengo contra o Internacional e Corinthians contra o Palmeiras. Isso consequentemente colaborou para esses acessos”, diz Daniel Trajano, diretor comercial da Esportes da Sorte.
Regulamentação do mercado de apostas esportivas
Em dezembro de 2018, o presidente Michel Temer legalizou as apostas esportivas no Brasil, mas o mercado ainda espera pela regulamentação. A expectativa da indústria era que o processo saísse ainda neste ano, todavia, o plano foi afetado pelas eleições. Isso porque a temática dos jogos ainda causa polêmica entre a bancada evangélica, base do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro.
“Existe um entendimento de que logo após as eleições o governo federal finalmente regulamentaria o setor de apostas esportivas. Agora, com a ascensão de um grande grupo de parlamentares conservadores uma dúvida maior começar a pairar no horizonte. Se o governo Bolsonaro não fizer a regulamentação até o final deste ano, em 2023 o tema pode enfrentar dificuldades adicionais”, diz o advogado Eduardo Carlezzo em entrevista ao site da Veja.
Para o advogado, a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva também pode ser um complicador. “Não existe uma sinalização do que ocorreria com o setor durante um eventual governo de Lula, contudo é sabido que o PT não tem muito afeto pela desestatização de serviços públicos e empresas, o que em tese poderia ser um novo obstáculo para a regularização do setor caso ela não seja feita até o final deste ano”.
Apesar disto, a análise da regulamentação das apostas esportivas e a aprovação do projeto de lei 442/91, o popular Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, na Câmara dos Deputados, colaboram para o setor, que está em franca expansão e já patrocina boa parte dos principais clubes do país.
Além disso, outro meio que está ganhando cada vez mais destaque é o de apostas na política. No final de semana do primeiro turno, a Esportes da Sorte contabilizou mais de 60 mil apostas unitárias na corrida presidencial.