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A Premier League (Liga Inglesa de Futebol) pediu a seus clubes que votassem sobre a introdução de uma proibição voluntária do patrocínio de casas de apostas em camisas diante de uma possível ação do governo britânico, programada para ocorrer antes de 21 de julho.

Embora tanto este prazo quanto a decisão da liga inglesa tenham sido tomadas antes da renúncia do Primeiro Ministro, Boris Johnson, e seu ministro de Cultura, Mídia e Esporte, o que poderia reformular todo o cenário.

A liga solicitou um movimento voluntário para retirar o patrocínio dessas marcas dentro de três anos, mas para que isso acontecesse, 14 de seus 20 clubes teriam que votar a favor da aprovação. De acordo com a BBC, esse comunicado aos clubes foi enviado na última segunda-feira, e uma decisão deve ser tomada até a próxima semana.

Metade das 20 equipes da temporada 2021-2022 tinham patrocinadores de apostas em suas camisas, e há meses vem havendo especulações sobre uma ação do governo para proibi-las ou limitá-las. Em dezembro de 2020, o Ministério da Cultura, Mídia e Esporte lançou uma revisão da Gambling Act existente, que data de 2005.

Em abril deste ano, o Comitê de Práticas Publicitárias (CAP) do Reino Unido anunciou planos para proibir a propaganda de apostas esportivas com estrelas do esporte e influenciadores das mídias sociais. Além disso, as casas de apostas estariam impedidas de apresentar uniformes de equipes e estádios em campanhas potenciais, bem como de mostrar algum conteúdo em videogames.

Proibição pode impactar os clubes da Premier League

Uma carta aos clubes, coordenada pelo grupo Gambling With Lives, também foi publicada, marcando um esforço de defensores conscientes dos danos relacionados ao jogo. Também havia sido confirmado que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, planejava retirar os patrocínios de apostas das camisas da Premier League entre 2023 e 2024.

A remoção destes patrocínios poderia significar uma perda considerável para os clubes, pois gera 14 bilhões de libras esterlinas (16,8 bilhões de dólares) anualmente. Mas o contra-argumento mais ouvido é que eles têm uma forte presença nas áreas carentes do Reino Unido, e de acordo com números do governo, há um suicídio relacionado ao jogo por dia.

As medidas entrariam em vigor em 1 de outubro e fariam parte de uma longa lista de regras destinadas a reduzir o apelo do marketing da indústria do jogo para menores de 18 anos.

Em maio, a BBC alegou que uma proposta para proibir os acordos de patrocínio de casas de apostas a clubes havia sido incluída em um rascunho do White Paper do governo britânico. Naquele mês, o The Times relatou que se esperava que os ministros atenuassem esses planos após uma reação negativa da indústria do jogo.

Na semana passada, fontes do governo confirmaram à mídia britânica que ainda não havia sido tomada uma decisão final e que a proibição do patrocínio ainda estava sendo debatida. Mas, seguindo o pedido da Premier League a suas equipes, especula-se que uma proibição voluntária poderia ser um meio-termo para os clubes evitarem essa medida.

De acordo com a BBC, um porta-voz do Departamento de Cultura, Mídia e Esporte disse: “Estamos realizando a revisão mais abrangente das leis do jogo em 15 anos para garantir que elas estejam aptas para a era digital. Nas próximas semanas, publicaremos um documento expondo nossa visão para o setor”.