Um tipo de bolão de amigos com tecnologia. É assim que a Hit apresenta o seu serviço e almeja se distanciar das concorrentes no ramo das sportstech. Por isso, ela tem um investidor vitorioso nos campos: Marcos, o goleiro ‘Santo’ do Palmeiras e pentacampeão mundial pela seleção brasileira em 2002.
Além de Marcos, o grupo possui o argentino Sorin, ídolo no Cruzeiro, também como investidor da startup liderada pelo Thiago Martins Machado, que fundou a Hit no começo de 2021, com um investimento-anjo de R$ 3 milhões. A plataforma foi lançada no começo deste ano. Conforme o fundador, o planejamento é alcançar os jogadores que querem se divertir com apostas no futebol, todavia, em um cenário muito mais social e saudável.
A plataforma da empresa possui grupos de apostas públicos, em que as pessoas podem palpitar nos resultados das rodadas de futebol em distintos torneios, bem como permite elaborar grupos customizados e convidar amigos.
As ligas variam entre “torneios de tiro curto”, com duração de três dias a uma semana, e competição de longa duração, como é o caso do Brasileiro. “Buscamos encontrar um meio termo entre o mundo do sportsbook, dos sites de apostas, com o fantasy sports, de sites como o Cartola”, explicou Thiago.
Modelo simplificado
A ideia do Hit surgiu de um grupo de amigos de Thiago, do período em que eles brincavam na plataforma do Cartola. Aficionado por apostas esportivas, Thiago descobriu no seu grupo de amigos que, no decorrer das rodadas, havia uma redução de engajamento entre os jogadores, devido à complexidade da disputa.
No jogo de futebol de fantasia, é necessário escalar seu time virtual semanalmente, o que pode deixar a brincadeira trabalhosa, segundo ele. A cada rodada é preciso reavaliar, estudar estatísticas e estabelecer a equipe desejada.
“No Hit, as apostas ficam em cima dos palpites dos resultados. É algo que criamos observando o perfil do apostador brasileiro e na América Latina. O que mais engaja é a interação e não tanto as estatísticas”, explicou Thiago.
Foi justamente esse modelo simplificado e mais social que chamou atenção de Marcos. “O que mais me chamou atenção é por ser uma plataforma onde as pessoas podem se divertir sem precisar gastar muito dinheiro, realmente sendo um game onde a interação é fácil. Você não precisa ser um especialista em dados para se divertir”, avalia.
Um público diferente
Ao falar do modelo tradicional de apostas, de sites como Betfair e Sportingbet, Thiago é enfático em dizer que a Hit traz algo diferente. “Não gosto do modelo de apostar contra a casa, em que o bottom line é sempre o lucro, viciando o usuário”, dispara.
Para o empresário, o foco é que o público se divirta, tanto que sua expectativa de ticket semanal investido por usuário fica em torno de R$ 10. Mas daí, para ter receita, a meta é alcançar dois milhões de usuários até o final de 2022.
“Agora com o Brasileirão, vamos intensificar nossa presença digital para trazer novos usuários, e com a Copa do Mundo no final do ano, acredito que vamos acelerar ainda mais o crescimento da base”, destacou Thiago.
Outro diferencial são as ligas públicas gratuitas, onde usuários pode aderir gratuitamente, disputando premiações de R$ 100 a R$ 200. Nas ligas públicas pagas, por exemplo, o ticket de entrada é R$ 10, com prêmios de até 6 mil.
Para as ligas criadas por usuários, o modelo de monetização da Hit é pela cobrança de comissão sobre o “pool de apostas”, o montante de dinheiro que é colocado no bolão. Conforme o founder, o percentual varia de 5% a 25%, dependendo do tamanho do grupo.
Jogo disputado
De fato, o mercado nacional está muito ligado ao jogos das sportstech. Às véspera de uma alteração regulatória no segmento de jogos online, as casas de apostas estão ampliando sua presença e visibilidade junto ao público.
Segundo o site Marketing Esportivo, os valores movimentados por este segmento no Brasil cresceram de R$ 2 bilhões em 2018 para R$ 7 bilhões em 2020, com potencial de chegar a R$ 10 bilhões até 2023. Hoje, o futebol tem 70% da preferência dos apostadores.
No futebol de fantasia, o Cartola não é mais uma mera plataforma de diversão, ganhando outros serviços com tiers de assinatura e prêmios para usuários. Um concorrência é o Rei do Pitaco, grupo que recebeu investimento de R$ 180 milhões. Lançado em 2019, o Rei do Pitaco registrou aumento de 600% no ano passado e está apostando pesado em propaganda, contando com influenciadores para divulgação.
Fundada pelo administrador Juliano Fontes e pelo empresário Marcel Szajubok, a Appost se concentra na conscientização dos jogadores, dando dicas de resultados e tutoriais para quem deseja apostar com mais conhecimento. Avaliada em R$ 3 milhões, a Appost conta com outro sócio conhecido dos fãs de esporte: o jornalista esportivo Benjamin Back, o Benja.