Thomas-Carvalhaes-é-um-dos-Brasileiros-Participantes-do-iGB-Affiliate-Lisbon-2019

Entre os dias 16 e 19 de outubro, Lisboa receberá o iGB Affiliate 2019. No evento de afiliação mais importante da indústria iGaming, o Brasil estará em pauta em pelo menos dois seminários.

Thomas Carvalhaes, Country Manager da LeoVegas no Brasil e com mais de 10 anos de experiência no setor será um dos participantes no painel “Procurando iniciar na América Latina de língua hispânica? Mercados abertos, acesso à Internet e dados demográficos”.

A apresentação está marcada para o dia 17 de outubro e serão abordados assuntos referentes ao momento atual dos jogos na América Latina, tais como:

  • Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Porto Rico: Em que estágio estão os jogos online e quando você pode começar a trabalhar com parceiros locais?
  • Informações de infraestrutura: bancariedade, acesso à Internet e verticais disponíveis – sabendo onde estão suas oportunidades;
  • Localização: quais modelos de marketing funcionam melhor em cada jurisdição e adaptam seu conteúdo às tendências culturais e linguísticas de um país específico;
  • Quais jogos oferecem a você o tráfego mais depositante?

A equipe da iGaming Brazil aproveitou o momento para conversar com Thomas sobre sua apresentação e o mercado de jogos nos países abordados em seu painel.

iGaming Brazil: Qual a expectativa para sua apresentação no iGB Lisbon?

Thomas Carvalhaes: A expectativa é positiva, já conhecemos o nível e a relevância dos eventos e conferências organizados pela Clarion portanto, a expectativa é de que muitas parcerias sejam fechadas com o objetivo de desenvolvimento do mercado de afiliados no Brasil, na América Latina e global.

Temos a confirmada a presença de diversas pessoas e empresas com excelente nível de influência no mercado de afiliação e por essa razão, a expectativa é a mais positiva possível.

iGaming Brazil: Em que estágio se encontram os jogos online (Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru e Porto Rico)?

Thomas Carvalhaes: Essa é uma pergunta interessante, que vem com as mais variadas complexidades e seria muito bom que todos os operadores que pretendem ou contemplam uma operação na América Latina tivessem esse olhar, vendo cada país como um mercado distinto e individual, que é o que são!

Nós temos, no momento, um impasse quanto à resolução do regulamento de jogos na Argentina. Falava-se num modelo de licença que abordaria a cidade e a província de Buenos Aires porém, nesse momento isso está “congelado”.

A Colômbia é um exemplo de regulação e fiscalização com relação à regulamentação e realmente é um exemplo pois ela, de fato, consegue controlar a oferta de casas de apostas esportivas e cassinos no país, logo, nesse momento, de todos os países da América Latina, a Colômbia parece ser a que mais acerta quando falamos de regulamentação.

O Chile permanece um mercado interessante com seus desafios únicos, ainda não regulamentado e tem potencial de ser um mercado muito interessante.

O México também é um país “regulado”, onde tem a legislação de jogos porém, devido ao fato da regulamentação não favorecer quase nada ao operador, 80% dos operadores que estão no México são “.com”, ou seja, são operadores que não tem licença. Temos naquele país marcas como: Caliente, Playdoit, Big Bola, que são marcas mexicanas, que têm presença física no México também porém, temos vários operadores “.com” operando e ousaria dizer que de forma lucrativa no México também.

O Peru é outro mercado importantíssimo, interessantíssimo, mais à nível de apostas esportivas. Sabemos que a Betsson começou há algum tempo, a Icabet também é uma marca bem forte no Peru. Ouve-se que o Peru pretende copiar o modelo colombiano de regulação, porém, até o momento nada concreto, logo, permanece o mercado aberto para se operar.

As últimas informações que temos de Porto Rico, é que o Congresso e o Senado aprovaram a minuta que regula as apostas esportivas mas não permitirão as apostas em esportes amadores na ilha. O modelo de taxação do DDR vai ser de 7% físico e 12% online.

iGaming Brazil: Como você enxerga o momento da América Latina perante à Europa? Você sente interesse para esses mercados?

Thomas Carvalhaes: O interesse existe, com toda certeza! A disposição em investir existe e o apetite é grande, porém, necessita uma organização dos países da América Latina, mais intencional e mais clara. Referindo-me diretamente aos governantes e parlamentares, ao Estado de cada um desses países da América Latina, que se organizem e que cheguem à um consenso que contemple o apostador e a casa de apostas também.

Eu digo que existe sim o interesse, porém, o apetite de risco vai variar de acordo com a licença de cada operador. Por exemplo, temos marcas que usam a licença da MGA (Malta Gaming Authority), que preferem resguardar-se um pouco mais devido pelo fato de ser uma entidade reguladora séria, que leva as ações tomadas pelos seus operadores de maneira mais séria, enquanto que outros grupos que operam sob outras licenças não necessariamente teriam essa preocupação e já se sentem um pouco mais livres para executar ações de marketing nesses países.

iGaming Brazil: O que o operador precisa saber para começar a atuar nesse mercado?

Thomas Carvalhaes: Acredito que primeiro de tudo, é um plano de negócios levando em conta as individualidades, a regionalidade, a cultura até certo ponto de cada país porque já vimos várias empresas internacionais, estrangeiras começando uma operação com modelo 100% europeu e não dando certo, se frustrando por vários motivos.

Sabemos que métodos de pagamento são um desafio em quase todos esses países da América Latina. Sabemos que no caso do Brasil, além de métodos de pagamento, nós temos também a questão cultural que o brasileiro, por mais supersticioso que seja, cresce com a ideia, com a informação e com a educação de que o jogo é algo imoral então é importantíssimo que um trabalho de pesquisa seja feito, de conhecimento de cada país e adeque seu plano de negócios para que haja uma relevância desse plano de negócios para os países que eles querem operar, a inteligência e o conhecimento cultural local é indispensável.

iGaming Brazil: Como estão os mercados de afiliados nesses países? Devemos nos espelhar em algum?

Thomas Carvalhaes: Acredito que o mercado de afiliação é bem internacional. Nós temos afiliados que não necessariamente são afiliados de jogos online, de jogos de azar, de cassino, etc, mas que tem muito interesse em estar se convertendo em jogos de cassino, por exemplo.

Eu participei do Afiliados Brasil e conversando com os mais diversos afiliados, nos mais diversos setores como afiliados de conteúdo adulto, cápsula de performance e etc, existe muito interesse no setor de jogos online.

Eu acredito que devemos nos espelhar, sim! Existem agências especializadas em afiliação para jogos online na América Latina, mas no Brasil porém, a maioria do tráfego ainda é originado por pessoas de fora, inclusive fora da América Latina, mas isso é questão de tempo.

Assim que o “gigante” de fato acordar, os afiliados também acordarão, verão excelentes oportunidades de negócios frente à eles e com isso, teremos uma potencialização ainda maior do setor.

iGaming Brazil: Que exemplos devemos seguir (caso tenha algum) para atuar no Brasil?

Thomas Carvalhaes: Conforme foi muito bem colocado pelo Rui Magalhães (CEO da empresa Estoril Sol Digital) e o exemplo que eu coloquei também no nosso último seminário sobre a regulamentação de jogos online promovido pela ABRAJOGO, definitivamente precisamos de um modelo que contemple e respeite os interesses, tanto do Estado, como das casas de apostas e do apostador, acredito que esse é o modelo básico.

Se tivermos esses três pontos em consideração, chegaremos à um modelo regulatório conveniente para todos. Sabemos que tanto Portugal, como México são modelos que não necessariamente deveremos seguir pois está claro que ainda existem diversos operadores atuando de forma ilegal devido ao fato de que operar com licença, simplesmente não compensa, não é financeiramente viável e com isso, a operação não consegue ter ofertas atrativas, odds, ou seja, probabilidades compatíveis com o que os operadores ilegais estariam oferecendo, então, o perigo é que a regulamentação trabalhe contra o mercado e isso deve ser levado em conta, assim, eu acredito que o modelo que for decidido deverá levar isso em consideração.

iGB Affiliate Lisbon 2019

Outros brasileiros que participarão como palestrantes no evento são: Alessandro Valente, co-fundador da Super Afiliados e Pedro Lucas, CEO do ApostaOnline.com. Todos levam uma bagagem de mais de uma década de experiência nesta indústria, com conhecimento profundo em relação ao Brasil.